Aluno cego narra jogo entre Vila Nova e Ituano pela Série B do Campeonato Brasileiro

Pedro Paulo Lemes, de 19 anos, comemora a oportunidade e a chama de conquista. O professor Ricardo Pavan afirma que esta foi a primeira narração feita por um estudante com deficiência.

O estudante Pedro Paulo Lemes, de 19 anos, vivenciou uma experiência única na noite de quarta-feira (24). O jovem, que é deficiente visual, pôde narrar toda a partida entre o Vila Nova e o Ituano, pela Série B do Campeonato Brasileiro, no Estádio Onésio Brasileiro Alvarenga (OBA), em Goiânia.

Pedro está no 3º período do curso de Jornalismo, na Universidade Federal de Goiás (UFG), e participa do programa Doutores da Bola na Rádio Universitária. Ele conta que já teve outras experiências em estúdio e que esta foi a primeira vez dele no ao vivo, o que para ele foi uma conquista.

“Eu tive a oportunidade e foi diferente. Essa experiência foi muito legal, pois eu nunca tinha feito e foi uma dinâmica diferente, foi massa”, diz.

O estudante relata que foi necessário apenas algumas adaptações para conseguir se comunicar com os outros alunos, que eram comentaristas, e, com isso, poder narrar a partida. Ele ainda destaca que fazer esse trabalho é a superação de preconceitos que ele já vivenciou nos estádios.

“Foi uma realização ter essa oportunidade e poder estar ali narrando a partida. Quando acabou e eu entreguei o trabalho, foi incrível”, destaca.

Pedro ainda comemora o gol feito pelo jogador do Vila Nova, Guilherme Parede, aos 12 minutos da partida. Um vídeo feito pelos colegas de Pedro mostra o exato momento em que ele narra o ponto. A partida, que durou cerca de 1h30, terminou em 1×0 para o time goiano.

Oportunidade

O professor responsável pelo programa, Ricardo Pavan, destaca que a principal característica da Rádio Universitária é abrir espaço para todos os alunos da graduação. Ele explica que havia uma expectativa para a narração do Pedro, que, até o momento, só tinha experiência como comentarista, repórter e âncora.

“A narração era um fato novo para o Pedro. Ele foi rápido, conseguiu acompanhar e fazer toda a narração quase em tempo real”, comemora.

Ricardo ressalta que o estudante sempre se mostrou capacitado para narrar uma partida e, com o tempo no programa, foi ganhando mais confiança para exercer a função. “Foi só colocar ele na frente do microfone”, diz. O professor destaca ainda que a narração de Pedro foi um diferencial devido a deficiência dele.

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