A ativista foi detida durante uma operação do Exército israelense “que tinha o objetivo de deter a indivíduos suspeitos de participar em atividades terroristas e incitar o ódio” no norte da Cisjordânia, declarou o porta-voz.
A palestina Ahed Tamimi, de 22 anos, foi detida em sua cidade natal de Nabi Saleh por “incitação ao terrorismo”, anunciou o Exército israelense. Ela ficou conhecida por lutar contra a ocupação israelense da Cisjordânia.
“Ahed Tamimi, suspeita de incitar a violência e atividades terroristas, foi detida na cidade de Nabi Saleh, (perto de Ramallah, na Cisjordânia)”, afirmou um porta-voz militar nesta segunda-feira (6). “Ela foi transferida para as forças de segurança israelenses para ser interrogada”.
A ativista foi detida durante uma operação do Exército israelense “que tinha o objetivo de deter a indivíduos suspeitos de participar em atividades terroristas e incitar o ódio” no norte da Cisjordânia, declarou o porta-voz.
Questionada sobre a detenção da jovem, uma fonte dos serviços de segurança enviou à AFP uma publicação no Instagram, que circulou nas redes sociais e foi atribuída a Tamimi.
A suposta publicação pedia o massacre de israelenses em “todas as cidades da Cisjordânia, Hebron e Jenin”, declarou o Exército à AFP. O texto detalhava explicitamente as formas violentas que o massacre deveria acontecer.
A mãe da ativista negou que a filha tenha escrito a mensagem.
“Eles a acusam de ter publicado uma mensagem que incitando a violência, mas Ahed não a escreveu”, declarou à AFP. “Há dezenas de contas com a foto de Ahed, mas com as quais ela não têm qualquer vínculo. Quando Ahed tenta abrir uma conta nas redes sociais, ela é bloqueada imediatamente”.
A AFP não conseguiu verificar se a conta pertencia à ativista.
Ativista fica conhecida
Ahed Tamimi, que nasceu em 31 de janeiro de 2001, ficou famosa aos 14 anos quando foi filmada no momento em que mordeu um soldado israelense para impedir a detenção de seu irmão mais novo.
Em dezembro de 2017, aos 16 anos, ela deu um tapa em um soldado israelense no quintal de sua casa.
Em 19 de dezembro de 2017, a jovem foi detida pelos militares e depois condenada a oito meses de prisão. Tamimi foi liberada em 29 de julho de 2018.
Desde então, ela se tornou um símbolo mundial da causa palestina e é considerada pelos palestinos um exemplo de coragem diante da repressão israelense nos territórios ocupados.
Fonte: G1