Apesar de ser o principal aliado de Israel na guerra contra o Hamas, Biden disse que país pode perder apoio internacional por ações em Gaza
Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, alertou que Israel pode perder o apoio internacional em meio a escalada de violência na Faixa de Gaza, palco de uma guerra que já dura 145 dias.
“Israel teve o apoio esmagador da grande maioria das nações”, disse o presidente dos Estados Unidos em entrevista à NBC News, nessa segunda-feira (26/2). Contudo, o democrata alertou que a postura do governo de Benjamin Netanyahu pode acabar enfraquecendo o país no cenário global.
“Se continuar assim com este governo incrivelmente conservador que eles têm… eles perderão o apoio de todo mundo”, disse.
Apesar das críticas ao governo israelense, o presidente norte-americano expressou otimismo sobre um possível cessar-fogo.
“Houve um acordo entre os israelenses de que eles também não participariam de atividades militares durante o Ramadã [mês sagrados para os muçulmanos], a fim de nos dar tempo para retirar todos os reféns”, afirmou.
Além de Biden, pressão aumenta sobre Israel
A fala do norte-americano acontece no momento em que Israel se vê pressionado pela comunidade internacional pela violência em Gaza, que já matou mais de 30 mil palestinos.
Na primeira decisão sobre o caso a corte internacional determinou, em fevereiro deste ano, que Israel adotasse medidas de prevenção contra atos ou incitamento ao genocídio no enclave, além de não dificultar a entrada de ajuda humanitária na região.
A ONG Human Rights Watch, no entanto, afirmou no início deste semana que Israel não cumpriu a ordem do Tribunal de Haia, e está obstruindo a entrada de “ajuda vital” na Faixa de Gaza.
“O governo israelense simplesmente ignorou a decisão do tribunal e, de certa forma, até intensificou a sua repressão, incluindo o bloqueio adicional da ajuda vital”, afirmou a organização. Israel, no entanto, nega que esteja restringindo a entrada de ajuda na região.
Além da ação que ainda tramita no tribunal internacional, Israel está sendo alvo do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU). Desde o início do conflito, em outubro do ano passado, diversas resoluções sobre a guerra com o Hamas tramitaram no órgão, a maioria delas exigindo um cessar-fogo em Gaza.
A última delas, apresentada pela Argélia, exigiu uma interrupção imediata na guerra. A proposta, no entanto, foi vetada pelos EUA no último dia 20 de fevereiro.
Contudo, os Estados Unidos mostraram uma mudança de postura em relação ao conflito, e propuseram um projeto alternativo pedindo uma pausa na guerra “assim que for possível”, além de se opor a uma possível invasão terrestre em Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
Fonte: Metropóles