Prisões de sócios da casa e de membros de banda foram mantidas
Foto: Agência Brasil
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul decidiu reduzir as penas dos quatro condenados pelo incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria. A decisão, divulgada nesta terça-feira, ainda permite a possibilidade de novos recursos das defesas. Com a revisão, os sócios da boate e integrantes da banda que se apresentava no local tiveram suas sentenças ajustadas para 11 e 12 anos de reclusão, respectivamente, após a análise de recursos e recalculo das dosimetrias.
A justiça analisou os pedidos das defesas após o julgamento original, realizado em dezembro de 2021, quando os réus receberam penas que variavam de 18 a 22 anos. A relatora do processo, desembargadora Rosane Wanner da Silva Bordasch, deu parcial provimento aos recursos, mantendo a condenação, mas diminuindo o tempo de prisão. A decisão foi acompanhada pelos desembargadores Luiz Antônio Alves Capra e Viviane de Faria Miranda, sob a presidência de Luciano André Losekann.
Com a nova determinação, os sócios da boate, Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, receberam 12 anos de reclusão cada, enquanto os músicos Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão, integrantes da Banda Gurizada Fandangueira, tiveram suas penas reduzidas para 11 anos. O tribunal manteve a prisão imediata dos quatro condenados.
O incêndio ocorreu na madrugada de 27 de janeiro de 2013, durante uma festa universitária. A banda utilizou um artefato pirotécnico que atingiu o teto revestido de espuma, iniciando o fogo que se espalhou rapidamente. Ao todo, 242 pessoas morreram e 636 ficaram feridas, muitas vítimas por asfixia devido aos gases tóxicos liberados pelo material do teto.
O caso passou por diversas instâncias judiciais, incluindo o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ), com decisões que confirmaram as condenações e negaram pedidos de revisão apresentados pelas defesas. A complexidade do processo também incluiu a anulação de júri anterior em 2023, após avaliação de recursos no Tribunal de Justiça gaúcho.
Relembrando o incêndio da Boate Kiss
O incêndio da Boate Kiss é considerado uma das maiores tragédias civis do Brasil. Naquele dia, jovens universitários participavam de uma festa quando o fogo se espalhou rapidamente pelo teto revestido de espuma, material inflamável e instalado irregularmente. O impacto foi devastador: 242 mortes e mais de 600 feridos.
Além das vidas perdidas, o episódio deixou marcas profundas na cidade de Santa Maria e no país, gerando debates sobre segurança em casas noturnas, fiscalização e responsabilidade civil. A tragédia reforçou a necessidade de políticas de prevenção, controle de incêndios e medidas de proteção em locais de grande aglomeração.
FONTE : MAIS GOIAS
