Bolsonaristas usam vídeo do Uzbequistão para ilustrar fake news de Damares sobre Marajó

Crianças em porta-malas de carros aconteceu no Uzbequistão e não tem ligação com tráfico humano; a investigação e verificação de fontes são indispensáveis para combater a desinformação

Na última semana, após a participação da cantora gospel Aymeê Rocha no reality show evangélico, surgiu um boato alarmante nas redes sociais, relacionado a uma falsa denúncia da Damares Alves (Republicanos-DF) sobre tráfico humano. A alegação (repetida outras vezes) sugere a existência de um extenso esquema de tráfico humano, envolvendo a transferência de crianças da Ilha de Marajó, no Pará, para exploração sexual em países vizinhos como Guiana e Suriname.

Nessa recente onda de desinformação, vídeos compartilhados nas redes sociais geraram controvérsia ao serem incorretamente associados, alimentando a narrativa fictícia sobre o suposto tráfico sexual de crianças. Um desses vídeos mostra policiais retirando várias crianças de um veículo, enquanto outro exibe Damares fazendo as acusações falsas.

Entretanto, é importante esclarecer que o vídeo das crianças retiradas do carro foi gravado no Uzbequistão, onde uma motorista foi flagrada transportando alunos de uma escola infantil de maneira irregular, sem qualquer relação com tráfico humano, como erroneamente sugerido. As autoridades de trânsito do Uzbequistão divulgaram a cena.

O incidente envolvendo a professora uzbeque e as imagens, que circularam globalmente no ano anterior, foram reaproveitadas pelos bolsonaristas para respaldar o pânico moral induzido pela senadora. Influenciadores conhecidos, incluindo Rafa Kalimann, também compartilharam essas denúncias em suas plataformas.

FONTE: JORNAL OPÇÃO

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