Bolsonaro diz ser “afronta” tirar direitos políticos dele

23 de Junho de 2023

Ex-presidente afirma que pode ficar desmotivado a “continuar 100% ativo na política” se TSE torná-lo inelegível por oito anos

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) classificou como uma “afronta” a possibilidade de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspender os direitos políticos dele no julgamento iniciado nesta quinta-feira. Para o ex-chefe do Executivo, caso ele seja condenado e fique inelegível por oito anos, a decisão pode desmotivá-lo a continuar 100% ativo na política.

“Na minha idade, eu gostaria de continuar 100% ativo na política. Tirando os seus direitos políticos, que, ao meu ver, é uma afronta, você perde um pouquinho desse gás”, afirmou o ex-presidente, em vídeo divulgado nas redes sociais dele.

O julgamento no TSE definirá o futuro político de Bolsonaro e de todo o campo da direita nas próximas eleições. Acusado de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, o ex-presidente pode perder os direitos políticos e ficar sem disputar eleições por oito anos se for condenado, abrindo uma disputa pelo espólio bolsonarista nos próximos anos.

Enquanto a Corte Eleitoral decide o futuro dele, o ex-chefe do Executivo faz uma viagem a Porto Alegre. Nesta quinta-feira, as redes sociais do Partido Liberal divulgaram um vídeo em que ele aparece tirando fotos com apoiadores dentro de um avião.

O conteúdo tem como intuito mostrar um ex-presidente sorridente e tranquilo, sem sinais de preocupação com o julgamento.

Bolsonaro foi questionado sobre a existência de conversas para um possível sucessor na disputa eleitoral pela Presidência da República, mas negou que exista essa articulação.

“A gente não pode partir dessa linha porque pode parecer que estamos jogando a toalha”, argumentou.

Caso o ex-presidente seja condenado, a herança bolsonarista cairá no colo do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), querendo ele ou não.

Pesquisa

Os brasileiros estão divididos sobre o resultado do julgamento do TSE. Segundo levantamento da Genial/Quaest, de junho, 47% dos brasileiros defendem a condenação do ex-chefe do Executivo, enquanto 43% desaprovam.

A pesquisa ainda questionou quem Bolsonaro deveria apoiar nas urnas, caso seja impedido de disputar as eleições. Tarcísio de Freitas aparece no topo da lista, com 21% dos votos; seguido da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), com 15%, e do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), com 11%.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho e articulador político do ex-presidente, aparece na quarta posição, com 4%.

Na pesquisa, foram entrevistadas 2.029 pessoas com idade de 16 anos ou mais, de forma presencial, entre 15 e 18 de junho, em 120 municípios. O nível de confiança é de 95%, e a margem de erro é de 2,2 pontos porcentuais, para mais ou para menos.

Fonte: Correio Braziliense

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