Em 2023, o Brasil já havia retornado ao grupo das dez maiores economias do mundo, superando agora a Itália
Economia brasileira ocupará a 8ª posição mundial em 2024 l Foto: Reprodução
O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou sua previsão para a economia brasileira, estimando que ela alcançará US$ 2,331 trilhões até o fim de 2024. Com essa revisão, o Brasil deverá ocupar o 8º lugar no ranking das maiores economias globais ainda neste ano.
Em 2023, o Brasil já havia retornado ao grupo das dez maiores economias do mundo, superando agora a Itália. Anteriormente, em uma publicação do FMI, a projeção era de que o Brasil só atingiria essa posição em 2026. Segundo o Fundo, o crescimento brasileiro superou as expectativas em dois anos, e o país deverá permanecer entre as oito maiores economias pelo menos até 2029, último ano para o qual o FMI realiza estimativas.
O economista Júlio Paschoal explica que, por essa razão, o presidente Lula da Silva autorizou a equipe econômica do governo a trocar o superávit fiscal pelo déficit em 2024 e 2025, só vindo a zerar em 2026. Isso ocorre porque os gastos do governo em infraestrutura são fundamentais para o crescimento contínuo do PIB.
No entanto, Júlio Paschoal acrescenta que existem alguns fatores que podem impactar negativamente nesse processo. “O problema que se tem atualmente é o déficit fiscal, mas plenamente justificado pela opção por investir em infraestrutura e na área social”, diz. O outro, continua, assenta na possibilidade de crescimento da inflação por questões externas, principalmente pelas duas guerras de maior proeminência: a da Rússia contra Ucrânia, que traz impactos negativos no preço do petróleo e de fertilizantes, e entre Israel e seus vizinhos, maiores produtores de petróleo do mundo. “O avanço da guerra pode elevar o barril acima de U$ 90, o que, sem dúvida, afetará os preços dos combustíveis no Brasil”, avalia.
Júlio Paschoal ressalta que o corte de juros tem sido fundamental para o crescimento do PIB. No ano passado, o PIB cresceu 2,9% e este ano, apesar de tudo, deve crescer mais, podendo chegar à casa dos 3,5%, desde que o Banco Central não endureça a política monetária. “Outro ponto positivo alcançado pelo governo com a queda das taxas de juros foi a redução das taxas de desemprego para 7,4%, a menor desde 2015”, pontua.