Caso Pedro Lucas: Polícia não encontra pistas sobre menino desaparecido há quase três meses após novas buscas em mata

Garoto foi visto pela última vez no dia 1º de novembro de 2023. Polícia Civil informou que o DNA encontrado na casa da família de Pedro Lucas não é do garoto e nem de nenhum de seus familiares.

Após ter realizado buscas em região de mata próximo à casa do menino Pedro Lucas, desaparecido desde o dia 1º de novembro de 2023, em Rio Verde, a Polícia Civil não encontrou pistas sobre o desaparecimento do garoto. De acordo com o delegado Adelson Candeo, a averiguação feita na segunda-feira (29), foi uma finalização das buscas realizadas anteriormente.

“A área [de mata] estava muito ruim na época em que foram feitas as outras buscas, e ficou acordado com o Corpo de Bombeiros, à época, de a gente pedir uma limpeza na área e finalizar aquela região”, afirmou o delegado.

Segundo Adelson Candeo, após a limpeza da prefeitura na área, foi possível finalizar o trabalho. Entretanto, nada referente ao caso foi encontrado no local.

“O Corpo de Bombeiros veio com os cães e realizaram as buscas. Um cachorro marcou só um ponto do local, então pedimos a retroescavadeira e a região marcada foi escavada, mas era apenas um pedaço de roupa antiga, nada relacionado ao Pedro Lucas”, detalhou.

Perícia

Na última semana, a Polícia Civil informou que o DNA encontrado na casa da família de Pedro Lucas não é do garoto e nem de nenhum de seus familiares. A informação foi confirmada pelo delegado Adelson Candeo.

Perícia realizada na casa da família de Pedro Lucas encontrou sangue  — Foto: Divulgação/Polícia Civil
Perícia realizada na casa da família de Pedro Lucas encontrou sangue — Foto: Divulgação/Polícia Civil

De acordo com o delegado, dos resultados dos exames feitos a partir do material coletado na casa da família, somente dois coincidiram com DNA humano.

“Um deles [DNA] foi localizado no quarto e outro na cozinha. No do quarto se constatou um DNA do tipo feminino e na cozinha, do tipo masculino, entretanto, nem na cozinha e nem no quarto esses DNAs colhidos ou encontrados são coincidentes com algum dos moradores da residência e nem coincidente com o do pai do Pedro Lucas, que também forneceu seu DNA e não morava na casa”, afirmou Adelson Candeo, em entrevista à rádio CBN Goiânia.

Investigações

No último dia 11, uma ossada que pode ser do menino, foi encontrada dentro de uma bolsa. Os restos mortais, segundo a Polícia Civil (PC), foram localizados em região de mata e deixados aos cuidados da Polícia Científica. Um laudo com a identificação dos restos mortais deve ser apresentado em até 30 dias.

Conforme Adelson Candeo, o padrasto de Pedro Lucas, o pedreiro José Domingos, de 22 anos, é suspeito pelo sumiço do menino. Ele foi preso no dia 8 de dezembro, em Rio Verde.

O delegado informou que uma testemunha disse à Polícia Militar que viu o homem com uma mala no dia em que Pedro Lucas desapareceu. A polícia trabalha com a hipótese de homicídio.

Em nota, enviada para a reportagem no dia da prisão do padrasto de Pedro Lucas, a defesa de José Domingos informou que ainda não tinha tido acesso integral ao processo e as provas colhidas durante toda a investigação. O advogado Felipe Mendes disse que o cliente “sempre negou o cometimento de quaisquer crimes contra seu enteado e colaborou com a investigação, apresentando-se ao delegado de polícia todas as vezes que foi intimado”.

O advogado também afirmou que José Domingos forneceu material genético espontaneamente, além de também permitir acesso irrestrito ao seu aparelho celular. “A Defesa e o representado acreditam na Justiça e confiam que as autoridades encontrarão a melhor resposta ao fato”, afirmou.

Angústia da mãe

A mãe de Pedro Lucas, Elisângela Pereira dos Santos, deu à luz a quarta filha neste mês de janeiro. De acordo com ela, entretanto, a alegria não está completa por causa do desaparecimento do filho mais velho.

“Passei por muitos problemas e tô passando hoje por causa do meu filho Pedro Lucas. O nascimento da neném me alegrou mais um pouco, mas ia ser mais alegre ainda pra mim com o meu filho do meu lado”, afirmou, em entrevista à TV Anhanguera.

Elisângela Pereira dos Santos e o filho, Pedro Lucas, que está desaparecido em Rio Verde — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Elisângela Pereira dos Santos e o filho, Pedro Lucas, que está desaparecido em Rio Verde — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Segundo Elisângela, o que ela mais queria é que Pedro Lucas visse a nova irmã. “Quando a neném mexia, eu chamava o Pedro Lucas e o Davi para passar a mão na barriga e ver ela mexer. É triste o que eu mais queria é que meu filho visse a irmãzinha dele nascer”, contou.

Relembre o caso

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Pedro Lucas Santos foi visto pela última vez no dia 1º de novembro. De acordo com o delegado, o menino saiu de casa para levar o irmão mais novo, de 6 anos de idade, até a escola. Depois das aulas, o menino só foi avistado por câmeras de segurança, andando próximo à casa da família. Na filmagem, o menino aparece usando uma regata azul, chinelos e um short, andando próximo à casa da família.

A mãe de Pedro Lucas registrou um boletim de ocorrência no dia 5 de novembro, quatro dias após o desaparecimento do menino. Segundo o delegado Adelson Candeo, inicialmente, a mãe contou que o filho chegou em casa, almoçou e avisou ao padrasto que iria para a casa da avó. Porém, em seguida, a mãe desmentiu a versão e disse que mentiu para justificar a demora em registrar a ocorrência. Questionada, a mulher alegou ter mentido porque ficou com receio de perder a guarda dos outros dois filhos.

Fonte: G1

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