De acordo com os investigadores, a delação premiada de Mauro Cid no caso das joias não é necessária, mas não será descartada. Para um acordo, o tenente-coronel teria de entregar informações importantes para outros crimes em apuração.
31/08/2023
Personagem central no escândalo da joias, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid é um dos oito intimados para depor simultaneamente à Polícia Federal nesta quinta-feira (31). Dias antes, Cid foi proibido por Alexandre de Moraes de se comunicar com o ex-presidente Jair Bolsonaro, com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e com outros investigados.
De acordo com os investigadores, a delação premiada de Mauro Cid no caso das joias não é necessária. Para ser aceita, a delação do tenente-coronel teria de entregar informações importantes para outros crimes que estão sendo apurados.
“É uma investigação que tem cinco troncos. As joias são um desses troncos”, explica Daniela Lima em entrevista a Natuza Nery. “Cid conhecia tudo e vai ter de entregar tudo. E ele decidiu falar”, afirma a apresentadora da Globonews e colunista do g1.
“Bolsonaro usava o telefone de Cid quando queria falar com alguém e não queria que fosse do próprio número. Esse era o grau de entrega, de confiança. Se ele, Bolsonaro – que era conhecido por tudo menos pelo receio – receava usar o aparelho, ele usava o do Cid. E Cid entregava.”
O celular de Mauro Cid foi apreendido pela PF e foi fundamental para que a investigação descobrisse que Frederick Wassef, advogado de Bolsonaro, foi aos Estados Unidos para comprar o Rolex dado de presente pelo governo da Arábia Saudita à comitiva brasileira em 2019.
O dinheiro envolvido na operação foi depositado na conta do pai de Mauro Cid, o general Mauro César Lourena Cid, que também é alvo da operação da Polícia Federal.
Fonte: G1