Com 10 dias de gestão, Mabel busca recursos da União e anuncia desapropriação de imóveis vazios para moradia

Na quinta-feira Mabel confirmou que vai tocar adiante projeto que desapropria imóveis abandonados e na sexta-feira aproveitou vinda do ministro de Relações Institucionais em exercício, Olavo Noleto, e pediu verba para construir 4 mil moradias em 2025 – Foto: Alex Malheiros

O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, completou os primeiros 10 dias de gestão com foco em habitação e infraestrutura. Na quinta-feira ele anunciou que vai levar adiante um projeto de lei que prevê a desapropriação de imóveis abandonados na Capital. No dia seguinte, aproveitou a visita do ministro de Relações Institucionais em exercício, o goiano Olavo Noleto, e também pediu liberação de recursos para a construção de moradias pelo programa Minha Casa, Minha Vida para cumprir uma meta de 4 mil moradias construídas em 2025.

Durante a vinda do ministro, também a obra do anel viário, ligando a cidade de Hidrolândia até a saída para Anápolis, na BR-060, foi uma das demandas apresentadas pelo prefeito de Goiânia. Mabel relatou que o processo estava sem movimentação. “Chamei o pessoal do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre) daqui, o DNIT de Brasília, o ministro Noleto e fizemos uma reunião onde já colocamos uma emenda no orçamento, uma emenda pequena, para abrir a rubrica e acelerar um pouco mais a questão dos projetos que estão sendo revisados para que a gente possa andar”, informou.

Mabel ressaltou que a obra do anel viário é muito importante para a região. “Vou trabalhar muito forte tanto nessa ligação de Hidrolândia até a saída de Goiânia para Anápolis, como também no nosso Anel Viário Norte, que vai pegar da BR-153 até a BR-060. São dois projetos que vão mudar, inclusive, o Parque Industrial Goiano”, assegurou, lembrando que a obra vai possibilitar a industrialização da Região Norte de Goiânia, onde a prefeitura fará o prolongamento da Avenida Goiás Norte. “Ao longo dela, vamos abrir uma série de indústrias para levar o emprego para mais perto das casas dos moradores daquela região, que é muito adensada”, adiantou ele.

Agradecimento ao ministro goiano

O prefeito agradeceu o empenho do ministro em exercício na destinação de recursos para Goiás, lembrando que ele atuou para a liberação de R$ 30 milhões para a saúde, por meio de emenda do senador Jorge Kajuru. “Essa verba foi comandada por ele, junto com o senador, que ajudou a agilizar o processo, mas temos mais R$ 45 milhões para vir”, pontuou Sandro Mabel.

Aproveitando a oportunidade, ele disse que conta com o apoio do ministro também para viabilizar os projetos de drenagem urbana que serão apresentados pela Prefeitura de Goiânia. Noleto participou de almoço com os prefeitos da Região Metropolitana de Goiânia na sede do Sindicato dos Condomínios e Imobiliárias do Estado (SecoviGoiás).

Moradia e imóveis abandonados

Mas o prefeito também pediu empenho para a liberação de recursos do programa Minha Casa, Minha Vida citando que tem a meta de construir 15 mil casas em quatro anos como gestor municipal, das quais 4 mil apenas neste ano.

“Hoje mesmo eu já engatei 960 (moradias) com dois empreendimentos, que não são casas da prefeitura, na faixa 2, para a qual há muita procura, mas temos mais 5,5 mil programadas, que estamos colocando a prefeitura para andar para tirar os empecilhos”, relatou o prefeito. Sobre a faixa 1, destinada a famílias com renda menor, ele disse que trataria com o ministro de Relações Institucionais, na tentativa de conseguir 1,5 mil imóveis para moradias que vão beneficiar pessoas que não têm condições de pagar nenhum valor. “Tenho falado com ele diariamente. Esse ministro é um espetáculo, tem um cuidado muito grande com Goiás”.

Por outro lado, o prefeito já busca alternativas inteligentes para oferecer moradias e, ao mesmo tempo, resolver o problema dos imóveis abandonados pela cidade. Na quinta-feira ele esteve com o presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Romário Policarpo, mostrando a situação da antiga sede das Centrais Elétricas de Goiás (Celg) e, posteriormente, da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Seduce). Atualmente, o imóvel se encontra sem manutenção, servindo de abrigo para usuários de drogas e acumulando focos do mosquito-da-dengue.

Em um post nas redes sociais, Mabel lamenta: “Sou inconformado de ver um prédio que nem esse: a antiga Celg, bem na Avenida Anhanguera, quase esquina com o Zoológico. Olha o tamanho desse prédio e está totalmente abandonado. Virou mocó, virou lugar para criadouro de mosquito da dengue”. Depois avisa: “Esse tipo de prédio não pode ficar na nossa capital. E tem vários! Aqui na região central mesmo tem vários prédios desse jeito e em alguns bairros também. Temos o antigo Hospital Santa Genoveva também…Tudo abandonado.”

Ele reforçou que a ideia é agir com firmeza: “Se o dono não arrumar, vai ter um prazo, claro, mas se ele não arrumar, ele vai perder o prédio. Nós vamos arrumar o prédio e destinar para habitação, por exemplo”, completou, sinalizando que os imóveis também poderão ser destinados para outras finalidades.

Romário Policarpo, apresentou um projeto que está em tramitação na Câmara para permitir que a prefeitura tome medidas caso os proprietários não revitalizem seus imóveis dentro de um prazo determinado. “Locais como esse causam insegurança, viram pontos de usuários de drogas”, enfatizou o vereador que acompanhava o prefeito.

Conforme divulgado pela rádio CBN Goiânia a partir de dados divulgados pelo jornal O Popular em 2023, apurados junto à Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação, “Goiânia possui 473 processos de obras edificadas abandonadas. São pontos comerciais, residenciais e prédios, a maior parte de pequeno porte, que não cumprem função social. Já o Programa Municipal de Habitação de Interesse Social tem 23 mil famílias cadastradas”.

Ministro confirmou interesse da União

O ministro Olavo Noleto reconheceu que Goiânia precisa muito de moradia, tanto pelo programa Minha Casa, Minha Vida, como também por meio de programas habitacionais de casas a custo zero. Ele anunciou que, nos dias 11 a 13 de fevereiro, haverá um encontro nacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com prefeitos de todo o Brasil. “Ali a gente espera poder anunciar novas linhas do PAC e, quem sabe, abrir novas seleções do Minha Casa, Minha Vida”, adiantou.

“Mas quem anuncia coisa boa desse jeito é o presidente. Eu vou fazer o trabalho de apoiar as prefeituras e o governo do estado para trazer mais recursos para Goiás”.

Sobre o anel viário, Noleto lembrou que, assim que assumiu a prefeitura, Sandro Mabel esteve com ele, em Brasília, tratando especificamente dessa obra. “Atendendo ao pedido do prefeito, nós colocamos uma rubrica no projeto da Lei Orçamentária que será aprovada agora em fevereiro, já prevendo um pequeno valor, para que a gente não deixe de incluir o projeto de atualização do projeto executivo do rodoanel”, explicou. O ministro lembrou que essa é uma obra de grande porte, de mais de R$ 1 bilhão, e que deverá ter desapropriações avaliadas em outros R$ 1 bilhão. “É uma obra que tem várias etapas. Agora é atualizar o projeto executivo para poder financiar a obra em si”, concluiu.

Integração

O presidente do SecoviGoiás, Antônio Carlos da Costa, afirmou que a visita do ministro de Relações Institucionais tem o sentido de integrar essas políticas públicas em nível estadual, municipal e federal. “É um pedaço de cada participação, de cada uma das esferas de governo, para chegarmos à solução da casa própria para quem mais precisa”, disse.

O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia, defendeu subsídio para que as pessoas consigam dar entrada em seus financiamentos. “Se você ajuda esse comprador a pagar a entrada, ele consegue financiar e comprar com dignidade a casa própria. É isso que temos trabalhado no Brasil e queremos trazer também aqui, para Goiânia, nesta gestão de Sandro Mabel e para os prefeitos da Região Metropolitana”, explicou.

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