Técnico argentino Néstor Lorenzo começou trabalho em setembro de 2022 e nunca perdeu no cargo; time tem James Rodríguez e Luis Díaz como destaques

Foto: Divulgação Colômbia
Sexta colocada nas eliminatórias da Copa do Mundo de 2022, a Colômbia não foi ao Catar, ficando fora de um Mundial depois de duas participações consecutivas. O fracasso custou o cargo de Reinaldo Rueda, colombiano com passagem pelo Flamengo. E, para o seu lugar, a federação apostou num nome de pouca grife: o argentino Néstor Lorenzo. Até aqui, em 21 jogos, ele nunca perdeu.
Com ele, foram 16 vitórias e cinco empates. O período de invencibilidade da Colômbia, porém, conta com mais quatro jogos, chegando a 25 sem derrotas. O último revés foi em fevereiro de 2022, por 1 a 0 para a Argentina, durante as eliminatórias daquele ano, ainda com Rueda. Nesta noite, a seleção brasileira desafia esse histórico às 22h, pela terceira rodada da fase de grupos da Copa América.

Torcida da Colômbia com máscaras na Copa América — Foto: Conmebol
Aos 58 anos, Néstor Lorenzo estava no Melgar, do Peru, e vivia sua primeira experiência como treinador principal. A aposta da Colômbia aconteceu, porém, pela vivência de muitos anos dele como auxiliar de José Pékerman, inclusive na própria seleção colombiana nas Copas de 2014 e 2018.
– Obviamente que no começo houve dúvidas, ele vinha de uma campanha interessante na Liga Peruana pelo Melgar, mas o viam com ceticismo. Qual era a experiência para que fosse escolhido pela federação? O ponto-chave para a virada da opinião pública foi o jogo de 16 de novembro de 2023 – conta o jornalista Carlos Pulido, de Bogotá.

Arias e Nestor Lorenzo, técnico da Colômbia, durante amistoso contra o Japão — Foto: REUTERS
Naquela noite, a Colômbia enfrentou o Brasil em Barranquilla, pelas eliminatórias, e venceu por 2 a 1, com dois gols de Luis Díaz, craque do Liverpool, da Inglaterra. O Brasil marcou com Gabriel Martinelli.
– Foi a primeira vez na história que vencemos o Brasil nas eliminatórias. Ali o trabalho do Néstor Lorenzo pegou uma curva positiva de rendimento. E desde aí, conseguiu coisas importantes – diz Pulido.
Goleiro da seleção e parceiro de Luis Díaz no Liverpool, o goleiro Alisson lembra bem do jogo:
— Talvez o sentimento que fique daquela partida é que a gente poderia ter vencido se tivéssemos feito coisas melhores, mas a gente reconhece a força e a qualidade do adversário. Eles tiveram muitas chances, acredito que fiz ótima partida naquele dia, como equipe não jogamos tão bem por vários fatores, mas agora estamos em novo processo. O passado a gente usa como degrau para crescer.
James, Díaz, Ríos & Cia.
Técnico da seleção brasileira, Dorival Júnior encheu a bola da equipe colombiana, que nesta Copa América venceu o Paraguai por 2 a 1 e a Costa Rica por 3 a 0. Por estar 100%, lidera o Grupo C.
– Acredito que seja uma das melhores gerações dos últimos anos do futebol colombiano, com jogadores atuando em grandes equipes do futebol mundial com destaque, muitos deles dentro do nosso país, nessa condição de serem protagonistas – destacou o treinador brasileiro.
Dentre os destaques, curiosamente, está um jogador que já passou pelas mãos de Dorival: James Rodríguez. O meio-campista chegou ao São Paulo em 2023, mas foi pouquíssimo utilizado pelo treinador na campanha do título da Copa do Brasil e no restante do Campeonato Brasileiro. Na seleção, porém, segue com enorme protagonismo. Nesta Copa América, já deu três assistências.

Foto: Conmebol Copa América
Além dele e de Luis Díaz, a grande referência deste time, há também jogadores importantes como os zagueiros Mina e Davinson Sánchez, o volante Richard Ríos, do Palmeiras, que entrou muito bem na equipe, e o atacante Arias, do Fluminense. Outra arma é Rafael Borré, atacante do Internacional.
Com consistência ofensiva, a Colômbia tem a segunda melhor defesa das eliminatórias, com só três gols sofridos em seis jogos. Com 12 pontos, ocupa a terceira posição com 12 pontos. O Brasil, que começou muito mal nesta disputa, é sexto com sete pontos.
A luta pelo bicampeonato
Campeã da Copa América uma única vez na história, em 2001, a Colômbia agora vive contra o fantasma de iniciar bem em competições, mas não conseguir se sustentar em fases decisivas.
Os Cafeteiros caíram nas oitavas na Copa da Rússia, contra a Inglaterra, e nas quartas na Copa de 2014, contra o Brasil. Em Copa América, foram até a semifinal em 2021 contra a campeã Argentina, e caíram nas quartas contra o Chile em 2019, as duas vezes em disputas de penalidades.
– Na Colômbia, historicamente há uma dificuldade quando se chega nos playoffs, nos mata-matas e não se tem hierarquia suficiente para passar. Esperamos que com Néstor Lorenzo isso acabe. Vamos passo a passo, é preciso ter os pés no chão. O colombiano vê esse time com muito otimismo, mas os anos e a história nos ensinaram que a prudência deve ser a prioridade – comenta Carlos Pulido.

Jogadores da Colômbia comemoram gol contra o Paraguai — Foto: Getty Images
Fonte: ge.com
