Fábio Augusto Vieira está preso desde o dia 18 de agosto. O militar poderá ficar em silêncio durante o depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do 8 de janeiro
29/08/2023
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do 8 de janeiro ouve, nesta terça-feira (29/8), a partir das 9h, o ex-comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal Fábio Augusto Vieira. O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou que o coronel fique em silêncio no depoimento. Fábio é suspeito de omissão nos ataques antidemocráticos às sedes dos Três Poderes e está preso desde o dia 18 de agosto.
A prisão ocorreu por determinação do ministro Alexandre de Moraes, que atendeu pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). As investigações apontam que a cúpula da PMDF se omitiu em relação aos ataques. Em grupos de mensagens, oficiais da corporação em posto de comando espalharam desinformação sobre o sistema eleitoral e incitaram ataques.
Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa, o coronel disse que só soube que não havia planejamento operacional sobre os atos do 8 de janeiro após relatório da intervenção quando deixou a prisão. Vieira era comandante da corporação nos ataques aos prédios dos Três Poderes.
Enquanto ocupava o cargo de comandante-geral, Vieira foi avisado pelos seus militares, nos dias anteriores, que todas as providências para os atos de 8 de janeiro, com o efetivo “era suficiente”. “Conversei com o coronel Paulo José no sábado para aumentar o efetivo. O que eu detectei no dia lá (8 de janeiro), de manhã haviam um efetivo mais suficiente. Até as 11h da manhã, o acampamento não sabia que ia descer (para a Esplanada)”, disse o coronel.
A defesa de Fábio Augusto Vieira afirmou que há uma “aplicação metodológica equivocada” da “teoria da omissão imprópria” a respeito da prisão do militar.
Fonte: Correio Braziliense