Tem a sua gordurinha, mas mantém a qualidade de construção de universo e é memorável por ser a primeira aparição física de Lord Voldemort
(Foto: Reprodução/Warner Bros.)
Alfonso Cuarón introduziu uma ambientação mais sombria em “O Prisioneiro de Azkaban”, e o diretor Mike Newell segue a cartilha neste “O Cálice de Fogo”. Particularmente, esta quarta aventura de Harry Potter no cinema é uma das mais divertidas de assistir, talvez por nos apresentar a Copa Tribruxo e colocar os competidores mais fortes de cada escola de magia em situações que beiram a loucura, principalmente por se tratar de uma competição escolar.
Mas “O Cálice de Fogo” é marcante pois é o primeiro filme a apresentar, de fato, o grande vilão Lord Voldermort para o público. Desta vez ele ganha forma, e corpo, em uma cena angustiante e grotescamente memorável, e retorna para sua vingança pessoal contra Harry. Até então só tínhamos ameaças e flertes com a possibilidade de seu retorno, mas não mais! A guerra começou e o mundo mágico nunca mais será o mesmo. O personagem ganha vida através do talento imenso de Ralph Fiennes, que não somente é detalhista com os trejeitos (perceba a maneira com que ele segura a varinha) e a voz marcante, como o próprio visual por si só é icônico.
Mas o filme possui outro problema que é recorrente em muitos filmes de Harry Potter: embromação. Ainda que seja interessante e divertido conhecer personagens e elementos novos deste universo mágico – e o campeonato Tribuxo é divertido pela tensão de cada competição -, por outro lado o filme perde minutos demais em dramas amorosos que não agregam em nada e só prejudicam o ritmo – é demasiadamente longo a cena do baile e poderia ter sido muito bem editada e resumida, por exemplo.
No entanto, eu gosto muito de “O Cálice de Fogo”. Ainda que tenha sua gordurinha, o enredo é preciso quando necessário, e o diretor Mike Newell filma com mais urgência as cenas mais intensas – como, por exemplo, o primeiro confronto cara a cara entre Harry e Voldermort.
“Harry Potter e o Cálice de Fogo” não é excepcional como “O Prisioneiro de Azkaban”, mas mantém a qualidade de uma franquia que entende o seu público e sabe construir o seu mundo de fantasia. Com Voldemort a solta, a empolgação só aumenta!
Harry Potter and the Goblet of Fire/EUA – 2005
Dirigido por: Mike Newell
Com: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, David Tennant, Timothy Spall, Robert Pattinson, Ralph Fiennes…
Sinopse: Em seu 4º ano na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, Harry Potter (Daniel Radcliffe) é misteriosamente selecionado para participar do Torneio Tribruxo, uma competição internacional em que precisará enfrentar alunos mais velhos e experientes de Hogwarts e também de outras escolas de magia. Além disso a aparição da marca negra de Voldemort (Ralph Fiennes) ao término da Copa do Mundo de Quadribol põe a comunidade de bruxos em pânico, já que sinaliza que o temido bruxo está prestes a retornar.
Fonte: Mais Goiás