Prisão temporária de ex-secretário e auxiliares termina na sexta-feira, 6; Pollara passou mal no domingo, ficou na UTI e passou por angioplastia percutânea como implante de stent farmacológico
O ex-secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara, permanece internado no Hospital Ruy Azeredo, um hospital particular da capital, após ter passado mal no domingo. Ele foi levado de ambulância para uma unidade pública, transferido da Casa do Albergado, onde está preso temporariamente junto com dois auxiliares. A Justiça negou mais um pedido de soltura ou para que ele permaneça em prisão domiciliar.
A prisão temporária termina nesta sexta-feira (6) se não houver alguma mudança no cenário. Também estão presos Quesede Ayres Henrique, ex-secretário-executivo da Secretaria Municipal de Saúde e Bruno Vianna, ex-diretor financeiro da SMS.
Pollara chegou a ficar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e segundo boletim divulgado pelo hospital para a imprensa, passou por um tipo de angioplastia com implantação de stent para liberação de medicação internamente. Durante a internação ele é acompanhado por policiais por medidas de segurança.
“O Sr. Wilson Modesto Pollara compareceu ao hospital com dor precordial típica persistente. Após avaliação clínica detalhada e exames complementares, um cateterismo cardíaco identificou lesão de 95% em ramo diagonal de bom calibre. Frente ao achado foi realizado angioplastia percutânea como implante de stent farmacológico”, informou o boletim do hospital.
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O Ministério Público de Goiás chegou a pedir uma avaliação do quadro de saúde de Pollara ao Conselho Regional de Medicina (Cremego) e à Sociedade Brasileira de Cardiologia. Os órgãos responderam diretamente para o MP-GO, face ao sigilo médico exigido.
O advogado do investigado, Thiago Peres, vem declarando em entrevistas que teme pela vida do cliente, caso a manutenção da prisão temporária persista.
Supostas irregularidades em pagamentos envolvem Pollara e auxiliares
A prisão do ex-secretário e dos outros dois ex-gestores da pasta, durante a Operação Comorbidade, ocorreu na quarta-feira (27). Segundo o MP-GO, a SMS, sob o comando de Pollara, tinha contato direto com os fornecedores da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), responsável pela gestão das três maternidades públicas de Goiânia e realizava pagamentos de forma não oficial, entre outros problemas.
O MP-GO sustenta que a cúpula da SMS formou uma associação criminosa que favorecia empresas por meio de pagamentos irregulares, desrespeitando a ordem cronológica de exigibilidade e causando prejuízos aos cofres públicos. O esquema impactou diretamente a gestão da saúde municipal, agravando a crise no setor. Recentemente, o caos refletiu na fila das UTIs com pessoas morrendo à espera de uma vaga.
Texto: Marília Assunção
Foto: reprodução / DGPP