Dengue se espalha para Sul e Centro-Oeste com aumento de ondas de calor

Um estudo realizado pelo Observatório de Clima e Saúde da Fiocruz (Icict) revela que a dengue está se expandindo para as regiões Sul e Centro-Oeste do Brasil, em lugares que antes a doença não era tão comum. O aumento da temperatura, especialmente no Cerrado, é um dos principais fatores que contribuem para essa expansão.

O estudo, liderado pelo pesquisador Christovam Barcellos, analisou dados de temperatura e incidência de dengue entre 2000 e 2020. Os resultados mostraram que áreas do Cerrado, como o oeste de Santa Catarina, Paraná e São Paulo, Goiás, Rio Grande do Sul e grande parte de Minas Gerais, estão apresentando um aumento significativo no número de casos de dengue.

Fatores que contribuem para a expansão da dengue

Segundo Barcellos, o aumento das ondas de calor no Cerrado cria um ambiente propício para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Além disso, a altitude, que antes era considerada um fator de proteção contra a doença, não está mais sendo um impeditivo.

O desmatamento e a degradação ambiental no Cerrado também contribuem para a expansão da dengue. A conversão de florestas em pasto e a intensificação da agricultura geram mais criadouros para o mosquito.

Alerta para as autoridades e medidas de combate à dengue

Barcellos alerta que o estudo serve como um alerta para as autoridades e que é preciso investir em medidas de combate à dengue, como:

  • Combate ao mosquito Aedes aegypti: Eliminação de criadouros, aplicação de larvicidas e inseticidas, e campanhas de conscientização da população.
  • Fortalecimento da vigilância epidemiológica: Monitoramento constante dos casos de dengue para identificar surtos e tomar medidas imediatas.
  • Investigação em novas tecnologias: Uso de drones para visitar áreas de difícil acesso e sistemas de informação mais rápidos e eficazes para o combate ao mosquito.

O estudo foi publicado no portal Scientific Reports da revista Nature. Os autores do artigo são Christovam Barcellos, Vanderlei Matos (ambos do Observatório de Clima e Saúde do Icict/Fiocruz) e Rachel Lowe e Raquel Martins Lana (do Centro de Supercomputação de Barcelona).

FONTE:MAIS GOIÁS

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *