O diretor de um colégio particular de Inhumas, na Região Metropolitana de Goiânia, está sendo investigado pela Polícia Civil por assediar e importunar sexualmente uma estudante de 15 anos. Segundo as investigações, ele dava beijos na mão e no rosto da adolescente sem o consentimento dela e prometia recompensas, como o aumento de notas.
O nome do diretor não foi divulgado pela autoridade policial e, por esse motivo, o g1 não localizou a defesa dele para se manifestar sobre o caso. Em depoimento, ele negou os crimes e disse que tem uma “forma carinhosa de cumprimentar as pessoas”, conforme a polícia.
O homem tem 52 anos e, segundo as investigações, usava o cargo de diretor do colégio para importunar sexualmente a estudante, que é menor de idade. Ele beijava as mãos e o rosto dela sem permissão, dentro da própria instituição de ensino.
A vítima relatou aos policiais que o homem também a constrangia, pedindo favores sexuais, em troca de aumento de notas. Por mensagens de texto, oferecia para a menina “aulas particulares” e a ligava, sempre perguntando se estava sozinha (veja acima).
Cansada da situação, a adolescente decidiu relatar o caso aos pais, que procuraram a delegacia junto com ela para fazer a denúncia.
Na quinta-feira (7), a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão e proibiu o diretor de se aproximar da aluna ou frequentar o colégio, por 30 dias. Caso ele descumpra essas medidas, poderá ser preso de forma preventiva.
O caso está em fase de conclusão e o diretor deverá ser indiciado pelos crimes de importunação sexual e assédio sexual, com o agravante de ter praticado contra uma vítima menor de idade.
Outras vítimas
Por enquanto, somente uma estudante procurou a delegacia para denunciar os abusos contra o diretor. Mas o delegado Miguel Mota, responsável pela investigação, contou ao g1 que existem indícios de que o suspeito praticava os mesmos abusos com outras estudantes há muitos anos.
Diretor de escola é investigado por importunar e assediar estudante, em Inhumas, Goiás — Foto: Divulgação/Polícia Civil
“Uma nova vítima já foi identificada, mas na minha opinião existem mais. Talvez elas estejam um pouco constrangidas ou ficaram constrangidos na ocasião de vir até a delegacia e relatar esse fato. Mas agora eu creio que vão tomar coragem de vir relatar”, afirmou o delegado.
A polícia pretende abrir novas investigações contra o diretor do colégio.
Diferença entre importunação e assédio
O diretor do colégio é investigado por importunação sexual e assédio sexual, previstos nos artigos 215-A e 216-A, do Código Penal. O delegado Miguel Mota explica a diferença legal dos dois crimes:
- Importunação sexual: condutas que constrangem as vítimas, que invadem seu espaço pessoal, como passar a mão no corpo da outra pessoa sem permissão;
- Assédio sexual: constrange a vítima se valendo de alguma superioridade sobre ela para obter algum favor de natureza sexual, como o diretor de uma escola e as alunas, um chefe e um funcionário ou até mesmo um líder religoso de um fiel.
“No assédio, ele constrange a vítima para obter um favorecimento sexual se valendo de uma posição hierarquicamente superior. No caso da importunação sexual, seria essas condutas de passar a mão, beijar, sem consentimento. Se houver emprego de violência e grave ameaça, qualquer coisa nesse sentido, aí já é estupro”, explica o delegado.
Fonte: G1