Em meio à sequência pesada, equipe já tem 23 jogos no ano e sente desgaste; vitória sobre Independiente Del Valle pode dar ainda mais espaço às Crias da Base

FOTO/IMAGEM – Cesar Greco/Palmeiras
A vitória épica do Palmeiras sobre o Independiente Del Valle por 3 a 2, nessa quarta-feira (24), indica um caminho para Abel Ferreira. Com a entrada das jovens promessas, o time pode ganhar fôlego para a sequência da temporada de maneira imediata.
O treinador alviverde reclama, de maneira recorrente, do desgaste sentido pelo time e tem razão. Em 93 dias, a equipe disputou 23 jogos, incluindo as decisões da Supercopa Rei e do Campeonato Paulista. É uma média de uma partida a cada quatro dias. Com tempo de deslocamento de viagens, resta muito pouco para descansar.
O próprio Abel Ferreira chegou em uma encruzilhada no duelo travado no estádio Banco Guayaquil, em Quito. Com o elenco em queda de rendimento e vários jogadores acusando muito cansaço, ele revelou que foi uma das decisões mais difíceis que tomou para decidir quem iniciaria a partida diante do Independiente Del Valle.
Ao optar pelos jogadores mais experientes, viu, por exemplo, o meia Raphael Veiga em declínio. O melhor articulador da equipe emendou o 13º duelo seguido como titular, mas voltou a ser discreto justamente porque tem jogado com muita frequência. Não descansa.
Na contramão, o jovem Luis Guilherme entrou no setor e decidiu a partida com um lindo chute de fora da área. O próprio Abel Ferreira deixou escapar que o atleta de 18 anos avisou que pode fazer a função de Veiga.
Além de Luis Guilherme, participaram da reação alviverde o atacante Estêvão, aniversariante do dia, que chegou aos 17 anos e já brilhou em outra vitória do Palmeiras na Copa Libertadores, sobre o Liverpool-URU, na segunda rodada da competição.
Por 16 minutos, o Palmeiras chegou a ter um ataque formado totalmente pelas crias da casa: Endrick, Estêvão e Luis Guilherme.
O que diz Abel Ferreira
Claramente orgulhoso pelo resultado e resposta dada pelos jovens jogadores, Abel Ferreira voltou a pregar calma com o momento dos atletas recém-chegados aos profissionais.
“Eu, como treinador e como homem, tenho a missão de ajudar. E eu venho da formação. Eu sei o quanto esses moleques têm de vontade. Às vezes é só preciso de calma. Foi uma frase que aprendi aqui, é tudo no tempo de Deus”, disse.
“Quando vemos o Estêvão fazer gol ou o Luis… É como ver o filho tirar uma boa nota. É um orgulho! Sei o quanto trabalham e querem. Às vezes, tenho que colocar travas, falar coisas que não gostam de ouvir, assim como filhos. Às vezes, chamam ‘é o pior pai do mundo’, eles já devem ter pensado ‘é o pior treinador do mundo’. Mas minha função é ajudar. E quando vejo isso traduzido em resultado, meu coração enche de alegria. Orgulho muito grande”, acrescentou.
Cada vez mais, Abel sabe que pode contar com esses jovens jogadores. A equipe volta a campo nesta segunda (29), às 20h (de Brasília), para o clássico diante do São Paulo, no MorumBis, pela quarta rodada da Série A do Campeonato Brasileiro, com o ânimo renovado e a possibilidade de ter os jovens em destaque de novo.
FONTE: Rádio Itatiaia