Empresa de preso com R$ 1,2 milhão existe só no papel e ‘sede’ é ponto de ônibus no AM

A PF aponta que o destino desse dinheiro e as empresas envolvidas podem ter ramificações até Goiás

Local onde a empresa de César Albuquerque supostamente funciona: uma parada de ônibus na zona rural de Presidente Figueiredo (AM) (Foto: Google Street View)

Por trás da mala com R$ 1,25 milhão em espécie apreendida no Aeroporto Internacional de Brasília, nesta semana, está uma empresa registrada no nome de César de Jesus Glória Albuquerque — que, no papel, faz de tudo um pouco, além de movimentar milhões e prestar serviços a prefeituras do Amazonas. Mas, na prática, não tem sequer um prédio com placa ou portão. A Polícia Federal aponta que o destino desse dinheiro e as empresas envolvidas podem ter ramificações até Goiás.

A empresa registrada em nome de César — a CJ Comércios e Serviços — levou os investigadores até um ponto isolado às margens da BR-174, em Presidente Figueiredo (AM). No local, em vez de qualquer sinal de atividade comercial, o que se encontrou foi apenas uma parada de ônibus de madeira, rodeada por mato alto. O reforça as suspeitas da PF de que a empresa é, na prática, fantasma.

Mesmo assim, a empresa segue ativa na Receita Federal, com 44 atividades econômicas registradas — entre elas, construção, aluguel de veículos, comércio de alimentos, manutenção de embarcações, serviços veterinários, funerários, gráfica, papelaria, organização de eventos e até clínica médica. Um CNPJ “faz-tudo”, como descreveu um dos investigadores.

No papel, César declarou renda mensal de R$ 20 mil. Mas os números não batem com a estrutura da empresa, nem com o endereço declarado. Além disso, a CJ já aparece em contratos com prefeituras do Amazonas e, segundo a PF, pode estar sendo usada para movimentar recursos de origem ilícita.

O empresário foi preso ao lado de Erick Pinto Saraiva e Vagner Santos Moitinho. Os três haviam embarcado em Manaus com destino a Brasília, com retorno para o mesmo dia. A mala com dinheiro foi descoberta durante fiscalização de rotina da PF no desembarque. Na abordagem eles disseram que passariam por Goiás para comprar veículos antes de voltarem para o Amazonas. Ao serem questionados sobre onde estariam os carros eles não souberam explicar.

FONTE: MAIS GOIÁS

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