Empresário que matou gari a tiros escreve carta após mudar de advogado

Preso em Caeté (MG), o empresário diz que trocar defesa foi “mal-entendido” e afirma em carta que o crime que cometeu “foi um acidente”

Imagem obtida pelo Metrópoles

O empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, que matou a tiros o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, escreveu uma carta (foto em destaque) nessa segunda-feira (25/8).

No texto, ele fala sobre a recente troca de advogados e afirma novamente que o crime “foi um acidente”

Atualmente preso na Penitenciária de Caeté, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), Renê diz que houve um “mal-entendido” após a contratação de um novo defensor, dias depois de anunciar mudanças em sua defesa.

Esta já é a terceira troca de advogado feita pelo empresário.

Entenda o caso:

  • O criminalista Bruno Rodrigues foi nomeado como novo advogado após Renê revogar a procuração anteriormente dada a Dracon Cavalcanti Lima.
  • A petição de mudança de defesa foi protocolada no processo virtual no sábado (23/8).
  • No entanto, durante uma visita ao presídio, Dracon afirmou que Renê não solicitou oficialmente a retirada de sua atuação.
  • Segundo ele, a assinatura da nova procuração gerou um equívoco, e ele se colocou à disposição para retomar o caso assim que a situação for esclarecida.
  • Bruno Rodrigues, atual defensor, deve comparecer à penitenciária nesta quarta-feira (27/8) ou na quinta-feira para discutir a situação com Renê.
  • Também deve ser avaliado a possibilidade de reintegração de Dracon à defesa.

Medicação para bipolaridade

Em 18 de agosto, Renê confessou à Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) que matou Laudemir Fernandes. Ele alegou que não havia tomado a medicação para bipolaridade no dia do crime, que andava armado por medo e acrescentou que só não prestou socorro porque acreditava não ter acertado ninguém com o disparo.

Segundo o empresário, ele achava que responderia, no máximo, por porte ilegal de arma, já que a pistola pertencia à esposa — a delegada da Polícia Civil Ana Paula Lamego Balbino Nogueira — e teria sido levada sem o conhecimento dela.

Durante o trajeto ao trabalho, o empresário disse ter se perdido, entrando em um beco sem saída. Populares o orientaram a retornar, e foi nesse momento que ele retirou a arma da mochila e a posicionou debaixo da perna, chegando a manipulá-la.

Detalhes do depoimento:

  • Renê contou que havia começado em um novo emprego em Betim há apenas uma semana.
  • Por medo do trajeto desconhecido e considerado perigoso, decidiu pegar escondido a arma da esposa e guardá-la em sua mochila.
  • Alegou que era a primeira vez que tocava no armamento particular, já que a esposa o proibia de ter acesso a armas.
  • De acordo com ele, a pistola usada no crime não era a arma funcional da delegada, que fica guardada em uma caixa específica com o nome da servidora.
  • Durante o trajeto ao trabalho, o empresário disse ter se perdido, entrando em um beco sem saída.
  • Populares o orientaram a retornar, e foi nesse momento que ele retirou a arma da mochila e a posicionou debaixo da perna, chegando a manipulá-la.

“Achei que não tinha atingido ninguém”

Renê afirmou à polícia que não percebeu que havia acertado o disparo. Após tentar recuperar uma munição que caiu na rua e não conseguir, ele entrou novamente no carro e seguiu viagem até o trabalho. Disse que, se soubesse que alguém havia sido ferido, teria parado para prestar socorro.

O empresário também declarou que estava muito ansioso com o novo emprego e que, por conta disso, esqueceu-se de tomar sua medicação para bipolaridade naquele dia.

Apesar de não lembrar o nome do remédio, explicou que ele serve para estabilização do humor, ou, como descreveu, para “equilibrar a cabeça”.

FONTE : METROPOLES

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