‘Oeste Outra Vez’ foi dirigido pelo goiano Enrico Rassi e aborda universo masculino rural marcado pela ausência de mulheres
O filme “Oeste Outra Vez”, produzido no sertão de Goiás, venceu o prêmio de melhor longa-metragem no Festival de Cinema de Gramado, que se encerrou na noite deste sábado (17).
Ele foi dirigido pelo diretor goiano Erico Rassi, que afirmou à Folha de S. Paulo que a obra trata de um universo masculino rural marcado pela ausência de mulheres, que guia a vida vazia dos personagens.
conta a história de Toto –Ângelo Antônio–, um homem abandonado pela mulher que foge na bela paisagem da Chapada dos Veadeiros na companhia de Jerominho –Rodger Rogério. Os dois selam uma amizade baseada no silêncio, interrompido por diálogos evasivos que se tornam cômicos.
A história de Toto se liga a de outros homens amargurados incapazes de dialogar sobre emoções, ponto muito explorado no filme. Os impasses são sempre resolvidos com tiro e cachaça.
Além de Toto e do parceiro Jerominho, sofrem do abandono Antonio —Daniel Porpino—, acompanhado do parceiro Domingos —Adanildo Reis—, Durval —Babu Santana— e Ermitão —Antonio Pitanga.
A direção de arte e a fotografia exibem todos os tons do cerrado, a queimada, a terra e a sensação de vazio vivida pelas personagens.
Uma das referências do diretor foi o livro “Sagarana”, de Guimarães Rosa. “Há uma tentativa de trazer esse universo de Guimarães Rosa de um jeito mais contemporâneo e seco”, disse o diretor em debate durante a semana, após a exibição de seu filme.