Goiânia é a sexta capital do Brasil com mais mutilados por armas de fogo e explosivos. A informação é do jornal O Globo, que analisou as cerca de 303 mil internações de baleados no Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil de 2008 a 2022. No período, foram 30 ocorrências dessa natureza.
A liderança isolada deste ranking é do Rio de Janeiro, com 88 casos de amputação. Embora tenha o dobro da população carioca, São Paulo vem na segunda posição, com 64 no mesmo período. Completam o topo da lista Fortaleza (61), Salvador (48) e Teresina (37). Depois de Goiânia, na sétima posição, vem Belém (25), e em oitavo Porto Alegre (20).
Para efeito de comparação, a reportagem foi buscar informações sobre combatentes americanos em anos que englobam as guerras do Iraque e do Afeganistão. De 2001 a 2017, dados publicados pela Divisão de Vigilância em Saúde das Forças Armadas dos Estados Unidos mostram que houve 73 casos relatados de amputações importantes de membros inferiores e superiores em serviço causadas por disparos de armas de fogo — nessas guerras modernas, 90% das amputações ocorreram após explosões.
A boa notícia é que, de acordo com as informações do Ministério da Saúde, o número de amputações no Brasil em 2022 foi o menor desde 2008. No ano passado, houve o registro de 99, contra 127 em 2021, 131 em 2020 e 157 em 2019. O índice mais baixo era o de 2008 (102 amputações).
Em 15 anos, em todo o país, pelo menos 2.044 pessoas baleadas foram mutiladas. Por estado, a Bahia (com 244 casos) é o que tem mais registros. O Rio de Janeiro — de territórios disputados por milícias e facções do tráfico — vem logo em seguida, com 202 casos, um a cada 27 dias.
Fonte: Mais Goiás