Governo estuda medidas propostas por supermercados para reduzir preços dos alimentos

Associação que representa supermercados sugeriu adoção do “Best Before”, além da redução de custos de transações eletrônicas e até venda de remédios em supermercados como estratégia para queda de preços – Foto: Tânia Rego / Agência Brasil

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) encaminhou uma relação de dez medidas para conter o aumento nos preços dos alimentos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre as medidas sugeridas pela Abras, se destaca a adoção da norma internacional “Best Before”, a entrada da Caixa Econômica Federal como operadora do vale-refeição e até antecipação da nova cesta básica que está prevista apenas para a década de 2030.

A colunista Raquel Landim, do portal Uol, teve acesso às propostas que agora estão sendo discutidas com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. Essas medidas, como estão sendo chamadas pelo governo, formam a base das ações em estudo para reduzir os preços dos alimentos pagos pelos brasileiros, de acordo com Rui Costa, ministro da Casa Civil.

“Best Before” foi sugerido por supermercados para reduzir preços


Inspirada em práticas de países como Estados Unidos e União Europeia, a norma “Best Before” tem como objetivo reduzir o desperdício de alimentos e baratear preços. Essa política distingue a segurança alimentar da qualidade do produto, permitindo a venda de alimentos não perecíveis, como arroz e biscoitos, após a data de validade com descontos.

A Abras estima que a implementação dessa medida poderia reduzir em até R$ 2 bilhões o desperdício anual de alimentos no Brasil, que atualmente soma R$ 4,3 bilhões. Apesar dos benefícios, a proposta enfrenta resistência nas redes sociais.

Menor custo do vale-refeição


Outra proposta polêmica é a transformação da Caixa Econômica Federal na operadora dos programas de vale-alimentação e vale-refeição, hoje administrados por empresas privadas como Alelo e Sodexo. A Abras argumenta que a retirada das margens de lucro das operadoras financeiras, que variam entre 6% e 10%, ajudaria a diminuir o custo final dos alimentos para os consumidores.

Venda de remédios pelos supermercados


Os supermercadistas também propuseram a venda de medicamentos isentos de prescrição em suas lojas, como analgésicos e remédios para gripe. Segundo a Abras, essa medida garante o setor, poderia reduzir em até 35% o preço desses produtos, aliviando o orçamento das famílias e, indiretamente, compensando os gastos com alimentos.

Antecipação da nova cesta básica


Por fim, a Abras sugeriu antecipar a entrada em vigor da nova cesta básica, prevista para 2033 com a reforma tributária. A medida inclui a desoneração de produtos como carnes e teria impacto direto na redução dos preços dos alimentos. No entanto, a proposta enfrenta desafios relacionados à renúncia fiscal e à participação dos Estados na discussão do ICMS.

As sugestões da Abras são vistas como alternativas viáveis para combater a alta nos preços, especialmente em um momento de pressão inflacionária. O governo continua avaliando as propostas em busca de soluções que equilibrem o custo de vida da população com a sustentabilidade fiscal.

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