Paciente está internado há 30 dias no Hospital Regional da Asa Norte. Fumante há três meses, ele conta que procurou ajuda profissional após passar um mês com sintomas.
Um homem está internado há um mês no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), em Brasília, por causa de uma hemoptise grave, ou seja, a presença de sangue na tosse. Os médicos acreditam que o problema seja causado pelo uso do cigarro eletrônico, que tem venda proibida no Brasil
O paciente é usuário de vape há três meses. À TV Globo, ele contou que estava tossindo sangue há um mês, quando decidiu buscar ajuda de um profissional.
‘O quadro foi só piorando a cada dia. Eu fui a um pneumologista particular, só que ele passou muitos exames que não deram alteração”, diz o homem.
O médico recomendou que o paciente voltasse para casa. No entanto, os sintomas persistiram e ele procurou o pronto-socorro do HRAN, da rede pública. O homem conta que, durante a internação, chegou a tossir 600 ml de sangue em um dia.
‘Impactos [do vape] a longo prazo são imprevisíveis’, diz pneumologista
O médico pneumologista do HRAN Paulo Feitosa diz que o cigarro eletrônico, apesar do pouco tempo de criação, já está relacionado a diversos problemas de saúde. ‘Os impactos a longo prazo ainda são desconhecidos, mas os impactos a curto prazo já são visíveis’, aponta o médico.
“Infelizmente, muitos jovens estão usando o cigarro eletrônico e vai ser uma questão de tempo para a gente ver as consequências. Isso aconteceu com o tabaco também. As pessoas começaram com tosse e, com o tempo, só foi se agravando e apareceu o câncer de pulmão”, diz o pneumologista
🚬 Os cigarros eletrônicos existem desde 2005 e foram apresentados pelo mercado como uma redução de danos para quem fuma. Eles seriam uma forma menos prejudicial à saúde de continuar fumando, segundo os fabricantes. No entanto, não há dados científicos que comprovem que, de fato, ele sejam mais seguros.
Venda proibida
De acordo com a regra em vigor desde 2009, é proibida a comercialização, a importação e a propaganda de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar. Os acessórios e refis usados nos vapes também são proibidos no Brasil.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) abriu nesta terça-feira (12) uma consulta pública sobre a liberação ou não de cigarros eletrônicos. A consulta fica aberta até o dia 9 de fevereiro e tem o prazo de 60 dias.
Fonte: g1