Todos os anos, por projeção estatística, Dr. Mario José aponta que entre 500 e 600 crianças são diagnosticadas com câncer em Goiás

Emanuella Panmella Saraiva, 24 anos, dona de casa | Guilherme Alves/Jornal Opção
Após três anos de planejamento e construção, o Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás (CORA) inaugura, nesta quinta-feira, 25, um novo capítulo na oncologia pediátrica. Sob a liderança do experiente médico oncologista Dr. Mario José Aguiar de Paula, com 33 anos dedicados à área, o hospital infantojuvenil já apresenta resultados expressivos em seus primeiros meses de funcionamento.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer é a principal causa de morte por doença entre crianças e adolescentes no Brasil. Estima-se que entre 7.930 e 12 mil novos casos sejam diagnosticados anualmente. Em Goiás, os números são preocupantes: 723 casos e 228 óbitos entre 2022 e 2023; 530 casos e 190 óbitos em 2024 (dados preliminares).
Fruto da parceria entre o governo estadual e a Fundação Pio XII, presidida por Henrique Prata, o CORA nasceu para suprir uma lacuna histórica no estado. “Estamos em Goiânia há cerca de três anos, desde que essa associação começou a tomar forma”, explica Dr. Mario ao Jornal Opção. “Era preciso trazer essas crianças de volta, para que fossem tratadas perto de casa.”
Todos os anos, por projeção estatística, Dr. Mario José aponta que entre 500 e 600 crianças são diagnosticadas com câncer em Goiás, mas até então, o Hospital Araújo Jorge absorvia apenas cerca de 250 casos. O CORA veio para mudar essa realidade.
Esperança e superação
A vida de Lindalva Siqueira Caetano, 35 anos, dona de casa, de Cocalzinho de Goiás, virou de cabeça para baixo há quatro meses, quando sua filha Marielly Pereira Caetano, de apenas 8 anos, começou a apresentar sintomas preocupantes. “Ela teve muita febre, crises fortes, não parava em pé, tinha dificuldade para andar e falar”, relembra Lindalva, emocionada.
A busca por respostas foi longa e angustiante. “Fomos em todo tipo de hospital, mas ninguém sabia o que estava acontecendo com ela”, conta. A situação se agravava, e a família decidiu procurar um neuropediatra com urgência. Foi esse especialista que solicitou uma ressonância magnética imediata, o exame que revelou o diagnóstico devastador: Marielly estava com um tumor cerebral.
“Foi um susto, um baque. A gente ainda não sabe o resultado da biópsia, mas só de saber que era um tumor, o chão sumiu”, diz Lindalva. Após uma noite no hospital de sua cidade, a família conseguiu uma vaga no Hospital da Criança e do Adolescente (CORA), em Goiânia. “Graças a Deus foi rápido. Fomos recebidos com muito carinho. Toda a equipe foi maravilhosa”, afirma.
Marielly passou por cirurgia no dia 4 deste mês. “Ela está se recuperando bem. Hoje foi o retorno, tirou os pontos. Está uma maravilha”, comemora a mãe. Lindalva também destaca a estrutura do hospital e o acolhimento que recebeu: “Internamos no dia 28 do mês passado, à meia-noite, direto na UTI. Eu pude ficar com ela. Foi muito bem atendida. É um hospital maravilhoso”, pontua.
A história de Lindalva e Marielly é marcada pela dor, mas também pela fé e gratidão. “Sou muito grata a todos. A equipe médica, os enfermeiros, todo mundo que cuidou da minha filha. Recomendo esse hospital de olhos fechados. Eles salvaram a vida dela”, relata.
A família agora aguarda o resultado da biópsia, mas mantém a esperança viva. “Estamos confiando em Deus. Marielly é uma guerreira. E nós vamos vencer essa batalha”, finaliza.
Esperança e fé
Aos 1 ano e 9 meses, o pequeno Noah Oliveira Moreira Cintra enfrenta uma batalha delicada contra um tumor na mandíbula. A descoberta, feita há cerca de 45 dias, mobilizou sua família em uma jornada marcada por fé, agilidade médica e acolhimento hospitalar.
Sua mãe, Ana Flávia Silva de Oliveira, 27 anos, servidora pública, conta que tudo começou com uma série de investigações médicas. “Passamos por vários especialistas até que o otorrino solicitou uma ressonância e uma tomografia. Foi aí que veio a confirmação do tumorzinho”, relata.
Após o diagnóstico, Noah foi encaminhado para um hospital especializado, onde passou a ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar. “Já fez novos exames e está em acompanhamento, inclusive aguardando o resultado da biópsia. É uma doença difícil, delicada, que abala qualquer família. Mas nossa fé é maior”, afirma Ana Flávia.
Apesar do susto, a mãe destaca o acolhimento e a rapidez no atendimento como fatores que trouxeram alívio em meio à angústia. “Fomos muito bem recebidos. Os profissionais são excelentes, muito preparados. Temos acesso à assistência social, psicólogos e toda uma equipe que nos apoia com rapidez e carinho.”
Ana Flávia reconhece que, embora o cenário seja desafiador, há motivos para agradecer. “Quando vemos outros casos, percebemos que nosso filho está até bem. Existem situações muito mais difíceis. É triste, mas seguimos com esperança de que tudo vai dar certo”, comenta.
A história de Noah é um retrato da força que nasce do amor e da fé. E, como diz sua mãe: “Já que é para enfrentar, que seja da forma mais tranquila possível”, afirma.
Esperança e acolhimento
Em meio à dor e à incerteza, Karolina Martins Soares Dos Anjos, 28 anos, dona de casa da cidade de Mineiros (GO), encontrou no Hospital da Criança e do Adolescente (CORA) não apenas um centro de referência em oncologia pediátrica, mas também um porto seguro para enfrentar o maior desafio de sua vida: o diagnóstico de tumor no rim do filho João Miguel Martins Fernandes, de apenas 3 anos.
“Chegamos muito aflitos, porque pra mãe isso é o fim, né? A gente até fica sem chão”, desabafa Karolina, emocionada. A notícia do diagnóstico abalou profundamente a família, mas a chegada ao CORA trouxe alívio. “Fomos muito acolhidos, não só pelos profissionais, mas por todas as mãezinhas que já estão aqui na luta. Eles passaram uma confiança tão grande que a gente acredita que vai dar tudo certo”, aponta.
João Miguel já iniciou o tratamento e passará por cirurgia nos próximos dias. A fé e a confiança nos médicos são os pilares que sustentam Karolina neste momento delicado. “Primeiramente, temos Deus na frente. Em segundo lugar, os profissionais aqui, que são maravilhosos. Uma mãezinha até comentou comigo que se a gente fosse falar tudo que tem pra falar deles, não conseguiria. Não tem nem palavras pra descrever”, afirma.
A mãe relata que o médico de Mineiros que acompanha João desde bebê continua em contato constante, reforçando a confiança na equipe do hospital. “Ele sempre fala bem daqui, diz que estou nas mãos de ótimos profissionais. Eu até brinco que eles passam uma segurança tão grande que às vezes penso: será que estão mentindo pra mim? Porque dizem que vai dar certo, que ele é 100% e vai ter cura”, conta.
Apesar do medo, Karolina reconhece que está cercada por pessoas que compartilham da mesma luta e que entendem a dor de uma mãe. “Eles não podem mostrar isso para nós, mas sentem a aflição da mãe. Eles choram, sorriem com a cura. Estão aí na luta com a gente”, afirma.
A história de João Miguel é um retrato da força das famílias que enfrentam o câncer infantil com coragem, fé e esperança. No CORA, cada criança é tratada com humanidade e cada mãe encontra apoio para seguir firme. “Vai dar tudo certo”, repete Karolina, com a convicção de quem escolheu acreditar.
Sofrimento e Incerteza
Há duas semanas, a vida da empresária Lorrayne Sudario, 30, e de seu marido, Matheus Magalhães, também empresário, 30, mudou drasticamente. O casal, que vive em Goiânia, descobriu que o filho Henry Sudario Magalhães, de apenas 1 ano e 3 meses, está com uma massa abdominal ainda sem diagnóstico definitivo.
“Somos pais do Henry. Descobrimos tem duas semanas que ele está com uma massa abdominal. Ainda não sabemos o que é, nem qual o tipo de câncer. Estamos investigando e aguardando os resultados da biópsia e dos exames para começar um possível tratamento”, relata Lorrayne, visivelmente abalada.
Segundo a mãe, o caso foi inicialmente identificado em outro hospital, e Henry já chegou à unidade atual com um possível diagnóstico, o que acelerou os encaminhamentos médicos. Desde então, os pais têm acompanhado o filho de perto, em busca de respostas e de um plano de tratamento que possa trazer esperança.
A família ainda aguarda os laudos médicos para entender a natureza da doença e iniciar os cuidados necessários. Enquanto isso, Lorrayne e Matheus se mantêm ao lado do pequeno Henry, enfrentando com coragem e união um dos momentos mais difíceis de suas vidas.
Esperança em meio à luta
Por trás dos corredores silenciosos do novo centro de referência em Goiânia, pulsa uma história de coragem, fé e superação. Emanuella Panmella Saraiva, 24 anos, dona de casa, compartilha com emoção a trajetória de seu filho Henrry Gabriel, de apenas 5 anos, que enfrenta bravamente o tratamento contra a leucemia.
“Quando descobrimos, foi um choque. Viemos de outro hospital, do Ecade, e passamos 11 dias na UTI até termos o diagnóstico. Foram dias de angústia, sem saber o que estava acontecendo”, relembra Emanuella. A transferência para o hospital atual aconteceu há pouco mais de três meses, marcando o início de uma nova fase na luta pela vida de Henrry.
A última consulta trouxe uma notícia que reacendeu a esperança: não há mais sinais da leucemia na medula óssea do menino. “Agora estamos na fase do tratamento, mas já não foi mais constatado a leucemia. É um alívio, uma vitória”, conta a mãe, com os olhos marejados.
Durante o processo, Henrry também enfrentou um vírus que complicou ainda mais o quadro clínico. “Foi muito difícil. Mesmo depois de acharem o vírus, precisavam eliminar todas as possibilidades. Infelizmente, deu positivo. No início, a gente sofre muito, mas agora já estamos na fase de aceitação. Não tem o que fazer, só seguir”, afirma.
Apesar dos desafios, Emanuella destaca o acolhimento e a estrutura do hospital. “Tudo que ele precisou sempre teve à disposição. Aqui é muito bom. Os quartos têm televisão com YouTube, TV aberta, biblioteca. É tudo de boa. Estou muito feliz aqui”, conta.
A história de Henrry Gabriel é um retrato da força que nasce do amor de uma mãe e da resiliência de uma criança. Em meio à dor, há espaço para esperança, e para a certeza de que cada dia é uma conquista.
Poder do amor no tratamento
Aos 8 anos, Kaleb Oliveira Lopes teve sua infância interrompida por um diagnóstico devastador: um tumor cerebral. Os primeiros sinais, vômitos intensos e persistentes, foram inicialmente tratados como virose em diversos Centros de Atendimento Integrado à Saúde (CAIS) de Goiânia, que não contavam com estrutura oncológica. A suspeita de algo mais grave surgiu apenas após uma consulta oftalmológica, motivada pelo desalinhamento dos olhos do menino. A tomografia realizada no Hospital das Clínicas confirmou o tumor.
Juliana Silva Oliveira, técnica de enfermagem e mãe de Kaleb, viu sua vida virar de cabeça para baixo em questão de dias. Sem atendimento especializado disponível em Goiânia na época, ela foi encaminhada ao Hospital do Amor de Barretos, a mais de 700 km de distância. “Foi muito difícil deixar tudo para trás, mas Deus colocou Barretos no nosso caminho”, relembra Juliana.
Apesar da distância, o acolhimento foi imediato. Em Barretos, Kaleb recebeu cirurgia, radioterapia e quimioterapia com agilidade surpreendente. Juliana encontrou apoio na Casa de Apoio “Lar de Amor”, onde pôde se abrigar e contar com suporte psicológico e financeiro. “Se não fosse esse suporte, eu não sei o que teria sido de mim”, desabafa.
Kaleb enfrentou os desafios do tratamento com coragem, mesmo nos momentos mais delicados, como a queda de cabelo. “Ele chorou porque a cabeça dele não ficou branquinha como a dos outros. Ficou cinza, com alguns fios ainda”, conta a mãe.
Hoje, com o centro oncológico de Goiânia finalmente em funcionamento e localizado a apenas 10 minutos de sua casa, Juliana celebra a mudança. “Agora, temos acesso ao tratamento perto de casa, com apoio da família e da rede local. Isso melhora muito nossa qualidade de vida”, afirma.
A história de Kaleb e Juliana é um exemplo da importância de uma estrutura humanizada no tratamento do câncer infantil. Mais do que medicamentos, é o cuidado, a empatia e o acolhimento que fazem a diferença, e, para Juliana, Barretos foi tudo isso. Agora, ela acredita que Goiânia também será.
Atendimento especializado e estrutura de ponta
Na primeira fase, o complexo atende pacientes de 0 a 18 anos com todos os tipos de câncer, estendendo até os 24 anos em casos de tumores ósseos. Desde sua abertura, em junho de 2025, já recebeu cerca de 130 pacientes com suspeita da doença. “Mais da metade já está em tratamento. Realizamos quase 20 neurocirurgias, que são as mais complexas. A maior demanda tem sido tumores do sistema nervoso central e leucemias. Se o médico suspeita, ele pode encaminhar. O diagnóstico é feito aqui”, afirma Dr. Mario.
A estrutura do hospital impressiona: ambulatório, sala de infusão de quimioterapia, centro cirúrgico, enfermaria com 18 leitos e UTI com seis. “Já tivemos dias com enfermaria e UTI lotadas. A demanda é muito alta”, relata.
Em breve, o CORA iniciará transplantes de medula óssea, será o primeiro serviço público em Goiás a realizar o procedimento em crianças abaixo de 12 anos. “Já conseguimos o cadastro, só falta a liberação da Vigilância Sanitária. O setor exige ar filtrado e controle absoluto de contaminação. Esta semana, atendemos o primeiro paciente que passará pela avaliação para transplante”, explica.
Humanização como filosofia
Mais do que tecnologia, o CORA aposta na filosofia da Fundação Pio XII: acolhimento e humanização. “Na pediatria, não lidamos só com a criança, mas com toda a família. Se ela não estiver consciente da gravidade e não colaborar, o tratamento não funciona. Falamos abertamente, pedimos ajuda, damos colo e esperança”, destaca Dr. Mario.
O hospital é 100% SUS. “Aqui, trato desde o filho de um faxineiro até o filho de médicos. Todos entram pela mesma porta, comem a mesma comida. Não há distinção”, reforça.
Apoio integral às famílias
Diante das longas distâncias no estado, o CORA oferece casas de apoio para acolher famílias durante o tratamento. “A casa não é moradia. É para aquele momento de choque, quando a família precisa se estabilizar na cidade. Acolhemos pai, mãe e até três filhos”, explica. A mobilidade também é uma preocupação constante. “A quimioterapia deixa a criança sem imunidade. Se ela tiver febre, precisa estar no hospital em uma hora. Por isso, respeitamos um raio de até 150 km, desde que a família tenha transporte próprio”, aponta.
A orientação sobre febre é reforçada por toda a equipe. “A família não pode ficar com uma criança febril por três dias em casa. Teve febre, tem que vir”, alerta Dr. Mario. “Todos precisam falar a mesma linguagem. Por isso, o treinamento dos funcionários leva mais tempo. A informação precisa ser clara e correta, mesmo quando vem da copeira que está limpando o quarto”, afirma.
Alimentação, afeto e celebração
Apesar de terceirizada, a alimentação é pensada com carinho. São cinco refeições diárias para todos, inclusive quem veio apenas para consulta. “E não é comida de funcionário, é comida de paciente: arroz, feijão, proteína, legumes”, diz Dr. Mario. Como o paladar das crianças muda com o tratamento, o hospital está implementando cardápios individualizados. “A criança escolhe o que quer comer naquele dia. Se só gosta de macarrão, vem macarrão. Quer pizza? A gente faz. Quer bolo? Tem bolo”, pontua.
Nos aniversários, há comemoração. “A nutricionista manda fazer um bolinho, tem brigadeiro, parabéns. A gente celebra mesmo.” E no último dia de quimioterapia, há festa: pipoca, refrigerante, bolo, docinho. “É um dia especial”, afirma.
Educação e continuidade
Outro projeto essencial é a classe hospitalar. “A criança que não pode ir à escola tem a escola dentro do hospital. A professora transfere a matrícula da escola de origem para a escola matriz aqui, e dá toda a grade curricular. Ela dá nota, acompanha tudo. A criança não perde o ano, nem a turma”, explica Dr. Mario. “Ela perde a casa, os amigos, a catequese, o balé. Mas a escola, conseguimos manter”, afirma.
Voluntariado com responsabilidade
O voluntariado é tratado com seriedade. “Fazemos entrevista psicológica. Tem gente que quer vir para resolver seus próprios problemas aqui dentro. Teve uma perda e quer se curar ajudando. Isso é perigoso. O psicólogo ajuda a evitar transferências e contratransferências emocionais”, alerta.
“Não podemos querer levar todas as crianças pra casa. Somos profissionais de saúde. Temos que dar acolhimento, colo, humanidade, mas com equilíbrio. Sabemos que 20 a 30% dos pacientes não vão sobreviver. E o que acontece com o funcionário que se envolveu demais?”, comenta.
Espaços lúdicos e tecnologia de ponta
O CORA investe em ambientes acolhedores e lúdicos. “Tem brinquedotecas, recreacionistas, psicólogos especializados em atividades extra-hospitalares. A estrutura física foi pensada para não parecer um hospital. Usamos natureza e animais do cerrado. Cada setor tem um bichinho, uma cor de planta ou árvore típica”, conta.
O parque tecnológico é um dos melhores do país. “Temos tomógrafos, ressonância magnética, centro cirúrgico com equipamentos de altíssima qualidade. E somos o primeiro centro em Goiás com robótica para reabilitação”, explica.
Um desejo que transcende fronteiras
Dr. Mario encerra com um desejo profundo: “Que um paciente, de qualquer lugar do país, possa ter a chance de cura aqui em Goiás. Que encontre aqui não só tratamento, mas acolhimento, dignidade e esperança”, reforça.
No CORA, cada detalhe, da comida ao carinho, da escola à tecnologia, compõe um projeto que entende que tratar o câncer infantil é, acima de tudo, tratar vidas com respeito, afeto e humanidade.
Um novo horizonte no tratamento
Em meio a um cenário alarmante de crescimento dos casos de câncer infantojuvenil, Goiás celebra a chegada de uma unidade hospitalar que promete transformar a realidade de milhares de famílias: o Centro Oncológico de Referência em Atendimento (CORA). Com início das obras em janeiro de 2023 e entregue em setembro de 2025, o hospital representa um marco na saúde pública do Estado.
Com uma área total de 177 mil m² e 19.293,22 m² de área construída, o CORA foi projetado para oferecer não apenas tratamento médico de ponta, mas também acolhimento e cuidado integral. O investimento na primeira etapa ultrapassa R$ 255 milhões, com previsão total de R$ 724 milhões. A estrutura é dividida em blocos especializados, incluindo:
- Bloco 1: imagens médicas, centro cirúrgico e internação
- Bloco 2: ambulatório
- Bloco 3: quimioterapia e internação
- Bloco TMO: fisioterapia e internação para transplante de medula óssea
- Blocos anexos: engenharia clínica, almoxarifado, manutenção e infraestrutura
A unidade conta com 8 recepções, 4 salas de quimioterapia, 12 consultórios multiprofissionais, 5 salas de fisioterapia, 2 salas cirúrgicas, 11 leitos de UTI (geral e TMO), 33 leitos de internação, além de espaços administrativos, de ensino e convivência para profissionais e acompanhantes.
Inspirado pela Política Nacional de Humanização (PNH), o CORA foi desenhado para garantir conforto às crianças em tratamento, com ambientes lúdicos e suítes equipadas para acompanhantes. A equipe de 275 profissionais, treinada no Hospital de Amor, assegura um atendimento empático e qualificado.
Especialidades da primeira fase
O hospital oferece atendimento em diversas áreas pediátricas, como:
- Cardiologia, endocrinologia, nefrologia, neurologia, oftalmologia, psiquiatria
- Cirurgia oncológica pediátrica
- Infectologia
- Radiologia e intervenção
- Neurocirurgia
- Oncologia e oncohematologia pediátrica
- Transplante de medula óssea
Quem pode ser atendido
O CORA atende crianças e adolescentes de até 17 anos com suspeita ou diagnóstico confirmado de câncer, além de adultos jovens (até 23 anos) com câncer ósseo. Casos de urgência oncológica também serão recebidos 24h, mediante regulação estadual via SIGO.
Formas de Atendimento
- Ambulatório: segunda a sexta, das 7h às 19h, com agendamento via SIGO
- Internação e urgência: mediante solicitação pelo sistema de regulação estadual
O CORA nasce como resposta urgente a essa realidade, oferecendo tratamento público, humanizado e de alta qualidade. Mais do que um hospital, é um símbolo de esperança para milhares de famílias goianas que enfrentam o desafio do câncer infantil.
FONTE : JORNAL OPÇÃO