Neste começo de 2024, a dengue se tornou um problema de saúde sério no Brasil, com explosão de casos em vários estados e mortes já confirmadas. Costuma-se pensar que a forma hemorrágica da doença é a mais grave, porém existe também a dengue neurológica, mais rara, porém capaz de causar sérios danos ao cérebro ou ao sistema nervoso.
Um desses casos, que está ganhando as redes sociais, foi o da jovem Polyana Matias, que contraiu a dengue em 2019, aos 15 anos de idade. Naquele ano, a mineira de Divinópolis morava em Belo Horizonte quando começou a sentir os primeiros sintomas da dengue: febre, dor de cabeça e no corpo. Uma semana depois, porém, Poly piorou e teve crises convulsivas e vômitos que a obrigaram a ser internada com urgência.
Para evitar as convulsões, ela foi colocada em coma induzido. Foi com uma biópsia de líquido espinhal revelou que Polyana apresentava uma encefalite grave, e que essa condição era de fato uma consequência da dengue.
No caso da dengue neurológica, o vírus invade o sistema nervoso, causando inflamações cerebrais. A condição é rara: um estudo publicado em 2005 reuniu 41 casos suspeitos da condição registrados entre 1997 e 2002 em um hospital especializado, e apenas três se confirmaram.
A mãe de Polyana, Elizangela, afirmou à imprensa:
“Os médicos falaram várias vezes que minha filha não voltaria, que seria melhor desligar os aparelhos, já que as lesões cerebrais por conta do vírus eram incompatíveis com a vida”.
Após sete meses em coma, a jovem acordou.
Porém, Polyana sofreu graves consequências da doença. Com muita fisioterapia, ela conseguiu voltar a se sentar e a família criou um código de comunicação: eles falam cada letra do alfabeto e Poly reage com movimentos de cabeça para formar as palavras que ela quer dizer.
A jovem não consegue mover os membros, se alimentar, respirar sem aparelhos ou mesmo sustentar a própria cabeça. Ela também não tem visão por conta das lesões no nervo óptico e usa fraldas diariamente.
FONTE: REDEONDADIGITAL