A jovem foi resgatada do local pela polícia quando tinha apenas 12 anos, em 2008. Após as agressões, Lucélia foi para um abrigo, onde foi adotada por um casal de pastores. Atualmente, ela é casada e tem dois filhos. Como missionária, conta sua história de superação e seus sonhos realizados após anos de sofrimento.
Silvia foi condenada a quase 15 anos de prisão. Em 2014 a Justiça concedeu o benefício de progressão de pena e ela foi transferida para o regime semiaberto. O g1 entrou em contato com o Tribunal de Justiça, nesta quinta-feira (10), para saber se Sílvia já cumpriu sua pena e aguarda retorno. A reportagem não conseguiu localizar a defesa da ex-empresária para que se posicionasse.
Lucélia Rodrigues mostra o apartamento em que ficou presa por quase dois anos, em Goiânia — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Torturas
Lucélia Rodrigues da Silva foi encontrada amarrada e amordaçada em apartamento de Goiânia — Foto: Reprodução\TV Anhanguera
De acordo com as investigações, Lucélia foi morar com Sílvia, com autorização da mãe, para estudar. No entanto, além de fazer todas as tarefas domésticas, ela apanhava diariamente e era torturada com instrumentos como um alicate, que, segundo o inquérito, foi usado para cortar a língua da garota. Além disso, em algumas ocasiões, a mulher colocava pimenta na boca, nariz e olhos da menina e a deixava sem comer por dias.
A polícia chegou até o prédio de Sílvia após a denúncia de um vizinho. Assim como a ex-empresária, a empregada dela também foi condenada, em junho de 2008, a sete anos de prisão por participação no crime. O marido de Sílvia pegou 1 ano e 8 meses por omissão.
Além deles, a mãe de Lucélia, Joana d’Arc da Silva, foi a júri popular, no início de setembro daquele ano, sob a acusação de ter recebido dinheiro para entregar a filha à Sílvia. No entanto, foi absolvida.
No mesmo mês, a Justiça condenou o casal a pagar uma indenização de R$ 380 mil por danos morais e estéticos, além de verbas trabalhistas a Lucélia.
No vídeo publicado nas redes sociais, Lucélia chegou a contar que, em diversas ocasiões, seu pai foi até a porta do prédio em que ela ficou acorrentada para visitá-la, mas que a empresária não permitia as visitas.
“Muitas vezes o meu pai vinha aqui me ver. Ele tinha uma bicicleta e estacionava perto de um poste, vinha me ver e a empresária não deixava. Ela falava que eu estava estudando ou que eu estava passeando no shopping”, revelou Lucélia.
Lucélia Rodrigues da Silva chegou a ter a língua cortada com alicates — Foto: Reprodução\TV Anhanguera
FONTE: MAIS GOIÁS