Foram pagos R$ 225 mil em indenização e R$ 94 mil em multas
Cantor Leonardo | Foto: Divulgação
O cantor sertanejo Leonardo pagou uma indenização de R$ 225 mil aos seis trabalhadores resgatados em condições análogas à escravidão em sua fazenda, localizada em Jussara, Goiás. O artista foi incluído na “lista suja” do trabalho escravo pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), uma medida que visa expor empregadores envolvidos em práticas de exploração de trabalhadores.
O acordo, negociado pela Defensoria Pública da União (DPU), o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a defesa do cantor, também incluiu o pagamento de uma multa de R$ 94 mil. Segundo o advogado de Leonardo, Paulo Vaz, todas as pendências foram resolvidas, apesar da fazenda estar arrendada no momento do resgate. “Foram pagas todas as indenizações e aceitamos o acordo proposto pelo Ministério Público”, afirmou.
O relatório divulgado pelo MTE detalha as condições enfrentadas pelos trabalhadores, que incluíam jornadas de até 10 horas diárias, sem registro formal ou garantia de descanso semanal. Entre os resgatados, havia um adolescente de 17 anos. Os funcionários eram responsáveis pela limpeza de áreas agrícolas, retirando raízes e restos de árvores do solo.
As condições de moradia eram descritas como extremamente precárias. Os trabalhadores dormiam em uma casa abandonada a 2 quilômetros da sede da Fazenda Lakanka, sem acesso a banheiros ou instalações adequadas. A casa, em condições insalubres, abrigava morcegos e fezes de animais, e o único chuveiro disponível era improvisado com uma mangueira. As necessidades fisiológicas eram feitas ao ar livre, e a única fonte de água proveniente de um poço mal conservado levantava dúvidas sobre sua potabilidade.
Confira imagens do lugar de onde os trabalhadores foram regatados.
O pagamento pelos serviços era feito em diárias de R$ 150, mas não havia remuneração nos dias em que os trabalhadores folgavam ou estavam doentes. Além disso, o trabalho aos domingos era compensado com meia diária, o que gerava insatisfação. De acordo com o relatório, em algumas ocasiões os trabalhadores realizaram tarefas adicionais sem remuneração.
A inclusão de Leonardo na lista do MTE chama a atenção para a responsabilização de empregadores e reforça a fiscalização em locais de trabalho no país. O caso destaca a importância de condições dignas de trabalho e de cumprimento das leis trabalhistas, independentemente da figura pública ou setor envolvido.
Posionamento nas redes sociais
Leonardo, em vídeo nas redes sociais, se posicionou sobre o contexto de acusação e inclusão de seu nome na Lista Suja do MPE. Veja:
FONTE: JORNAL OPÇÃO