Lula acena a eleitorado evangélico, ainda dominado pelo bolsonarismo

Presidente inaugurou estação de água em Pernambuco, nesta quinta-feira (4/4), em um discurso repleto de referências a “Deus” e a “milagres”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou aos evangélicos ao discursar na cerimônia de inauguração da Estação Elevatória de Água Bruta (EEAB) Ipojuca e do Trecho Belo Jardim – Caruaru, da Adutora do Agreste Pernambucano, nesta quinta-feira (4/4).

  • Lula participa da inauguração de estação d’água em Pernambuco

No evento, o petista reclamou das desinformações que a oposição estaria disseminando, sem citar ninguém. “Eu vejo a fábrica de mentiras, de fake news, que vocês acompanham.”

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“Uma fábrica podre, parece um bando de lixo, parece uma fossa, que só fala mentira, só prega ódio, só conta falsidade, inventa mentira todo o dia, que a gente não pode acreditar porque Deus não é mentira. Deus é a verdade. E ninguém pode utilizar o nome de Deus em vão como eles usam todo santo dia. É por isso que a gente vai ter que mudar esse país”, disse o presidente.

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A obra inaugurada, que é uma estação elevatória que levará águas do Rio São Francisco para a região agreste de Pernambuco, foi comparada por Lula em seu pronunciamento a um milagre.

“Pode ficar certo de que esse milagre será completo porque o estado de Pernambuco terá água para todo mundo se fartar, bebendo, tomando banho, cuidando dos animais e cuidando da agricultura”, enfatizou.

Lula citou ainda as três vitórias como presidente e a transposição do Rio São Francisco como milagres e chegou a perguntar aos apoiadores que acompanhavam o evento se eles acreditavam em Deus e milagres, palavras muito citadas no discurso.

“A gente não fez opção para ser pobre, a gente não quer ser pobre, a gente não quer comer mal, a gente não quer trabalhar mal, a gente não quer ganhar mal, a gente não quer se vestir mal, a gente não quer estudar mal. A gente nasceu para querer todas as coisas boas que Deus nos ensinou a produzir”, frisou.

Em baixa

Lula resistia a maiores gestos aos evangélicos, no entanto, com a força numérica de parlamentares evangélicos, acaba sendo importante a conquista dos religiosos no Congresso, ainda muito associados com o bolsonarismo. Setores do governo defendiam acenos mais evidentes ao grupo. O presidente também tem alta desaprovação entre o eleitorado evangélico.

Segundo dados da pesquisa Genial/Quaest, divulgada em 6 de março, a desaprovação do governo Lula nesse grupo é de 62%. Já a aprovação do petista é de pouco mais da metade, 35%. O levantamento ouviu eleitores de 120 municípios, entre 25 e 27 de fevereiro, e a margem de erro é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos.

Em campo, há alguns ministros evangélicos que tentam ampliar o contato com membros da bancada evangélica, como Wellington Dias, do Desenvolvimento Social; Jorge Messias, da Advocacia-Geral da União; e Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência. Messias é, inclusive, um dos principais elos entre o governo e os evangélicos.Em campo, há alguns ministros evangélicos que tentam ampliar o contato com membros da bancada evangélica, como Wellington Dias, do Desenvolvimento Social; Jorge Messias, da Advocacia-Geral da União; e Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência. Messias é, inclusive, um dos principais elos entre o governo e os evangélicos.

FONTE: CORREIOBRAZILIENSE

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