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Britânica Tia-Mae McCarthy foi vítima de broncoaspiração; entenda
A britânica Tia-Mae McCarthy, de 26 anos, foi encontrada morta na sua cama após engasgar com o próprio vômito durante a noite. A jovem, que até os 15 anos não comia alimentos sólidos, ficou conhecida após participar de um documentário que explorava sua rara condição de saúde.
De acordo com a investigação sobre sua morte, divulgada nesta semana, Tia-Mae sofreu de aspiração, que ocorre quando algum alimento ou líquido entra nas vias respiratórias. A condição era um fator de risco comum a uma cirurgia no esôfago feita ainda na infância.
Tia-Mae nasceu prematura, 12 semanas antes do previsto, pesando apenas 1 kg, e foi diagnosticada com atresia esofágica, uma malformação rara que impede a conexão entre o esôfago e o estômago. Aos três meses de idade, passou pela cirurgia que reposicionou o estômago em seu tórax.
A britânica passou o primeiro ano de sua vida dentro do hospital, e, embora a cirurgia tenha sido bem-sucedida, ela desenvolveu resistência a alimentos sólidos, o que, segundo os médicos, não possui explicação clínica após a operação.
Sua mãe, Sue, acredita que o problema alimentar era de origem psicológica, talvez relacionado ao trauma dos primeiros meses de vida. Sue relatou episódios em que Tia-Mae parou de respirar e precisou ser ressuscitada.
Em 2006, a história de Tia-Mae foi destaque no documentário “The Girl Who Never Ate” (“A Menina que Nunca Comeu”, em português), que mostrou a busca da família por ajuda numa clínica na Áustria. O tratamento envolveu até períodos de jejum controlado para estimular o apetite da menina.
Por volta dos 10 anos, Tia-Mae começou a demonstrar interesse por comida, aceitando pela primeira vez um iogurte, seguido de outros alimentos macios como sopas, cremes e mousses. Aos 15 anos, passou a ter uma dieta normal, com preferência por pratos como salmão, veado e vieiras. Uma nutricionista a acompanhava periodicamente, garantindo que ela recebesse os nutrientes necessários para uma dieta equilibrada.
Na noite de 27 de abril, Tia-Mae jantou macarrão com queijo e foi para a cama com sintomas de tosse e respiração ofegante. O padrasto posicionou travesseiros extras para ajudá-la a dormir melhor. No dia seguinte, Sue tentou agendar uma consulta médica, mas ao entrar no quarto da filha, percebeu que ela não respondia. A mãe da jovem ainda tentou reanimá-la, mas ela não resistiu e morreu.
A autópsia revelou a presença de vômito e restos de comida, como macarrão e queijo, nas vias respiratórias da jovem. O legista concluiu que a morte foi causada por aspiração relacionada à cirurgia gastroesofágica realizada na infância, caracterizando o caso como uma consequência de um risco cirúrgico conhecido, e não como morte natural.
“O procedimento cirúrgico a deixou com um risco maior de aspiração. Concluo que ela morreu em consequência de um fator de risco reconhecido associado a um procedimento cirúrgico anterior e que essa morte não foi natural”, declarou o legista do caso.
*VIA EXTRA
FONTE: MAIS GOIÁS