Em meio a tanta agressividade que cerca o futebol, seja por ódio nas redes sociais e também agressões físicas e verbais nos estádios, um bom exemplo de como conduzir uma rivalidade sadia foi dado por um padre. E em uma situação solene: diante de 50 mil fiéis, na missa de encerramento do sábado na Festa de Trindade, também chamada de Missa com os Carreiros, Cavaleiros e Muladeiros.
É que João Bosco de Deus, o Padre Bosco, pároco da Paróquia Divino Pai Eterno, aproveitou o pedido feito pelo reitor do Santuário Basílica, padre Marco Aurélio, para que encerrasse a celebração com os tradicionais “vivas” para começar com um “Viiila!”. O “chefe” que tinha lhe dado a missão da saudação olhou surpreso, mas logo o religioso se “emendou”, com a louvação “correta”.
Logo viralizaram vídeos com o ocorrido, todos pensando que Bosco fosse mais um torcedor apaixonado do Vila Nova, atualmente vice-líder da Série B do Campeonato Brasileiro. Mas é justamente o contrário: o religioso é esmeraldino de ir ao estádio – ultimamente, com mais receio do que entusiasmo, devido ao momento sofrível do Goiás Esporte Clube.
Procurado por vários veículos de comunicação, ele explicou o contexto: havia feito uma aposta com uma amiga de sua paróquia, essa sim vilanovense convicta, de que soltaria o conhecido grito do rival em algum momento. Como bom artilheiro oportunista, teve seu momento e não deixou a bola passar.
No meio religioso, Padre Bosco é conhecido por seu carisma, disponibilidade e bom humor. No futebol assim como na religião, bem como na política e na vida cotidiana como um todo, em meio a tanto radicalismo, é um presente encontrar pelo caminho gente com sua leveza. É por meio de pessoas assim que nascem os armistícios, que se fazem os consensos e que se instaura a paz.
O que ganhou com a aposta? Sua amiga terá de assistir com ele a um jogo do Goiás. O que tem sido uma ótima penitência, aliás.
Fonte: Jornal Opção