O mineiro Juscelino Kubitschek dizia que, para ser presidente do Brasil, há uma espécie de destino. Uma “vontade pré-estabelecida nas estrelas”.
Se há interferência do Cosmo na vida abaixo do Equador, não se sabe. O que se consegue medir são os atos e momentos da política que, nos últimos meses, alçam o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do União Brasil, para a vida nacional.
A revista “Veja”, a mesma que lhe concedeu a prestigiosa “Páginas Amarelas”, publicou, na semana passada, que Ronaldo Caiado lidera um importante índice: o de líder mais bem avaliado do País.
A reportagem, publicada na sexta-feira, 11, assinala que Ronaldo Caiado tem 76% de aprovação da população de Goiânia. O levantamento é do Instituto Paraná, que avaliou o mesmo cenário em 20 capitais brasileiras.
A pesquisa, registrada no TSE, mostra Caiado muito à frente dos seus colegas de Minas Gerais e de São Paulo, respectivamente com 66,5% e 67,6%. Os dois representantes da antiga política Café com Leite — embora estejam em Estados mais populosos — passam por momentos difíceis e são neófitos na política. Romeu Zema, de Minas, tem um inimigo poderoso: a própria língua.
Ronaldo Caiado, por outro lado, já acumula mais de 30 anos de carreira política, cinco mandatos de deputado federal, senador e governador reeleito e, mesmo com alta trajetória, sempre envolto em temas e atos polêmicos, beira os colossais 80%.
É fato provavelmente inédito, talvez até um recorde, na conturbada democracia brasileira.
Veja, por outro lado, o caso de Tarcísio de Freitas, cria de proveta do Bolsonarismo. Não consegue agradar nem quem o elegeu. O Bolsonaro júnior quer proibir que os pobres, que nem tem computadores, leiam livros impressos.
Enfrenta resistência pesada do próprio PL raivoso, que o criticou veementemente por apoiar a Reforma Tributária do PT, altamente benéfica a São Paulo e prejudicial para os Estados mais pobres.
Dificilmente Tarcísio de Freitas conseguirá disputar para Presidente, porque se escora no grande líder, maior que ele próprio. O gestor de São Paulo sabe que é incapaz de afrontar Bolsonaro e, se o fizer; será trucidado por ambos os lados, semelhante ao que aconteceu com Sergio Moro.
Romeu Zema, do Novo de Minas, não consegue descer do próprio muro, o muro que disse pretender erguer entre Sul-Sudeste e o resto do País. Ele abomina os nordestinos e isto pode ter lhe custado a carreira política nacional.
Não há espaço no século XXI para teorias segregacionistas atrozes que já tem cheiro de formol. Minas, a terra da liberdade, agora está propondo um apartheid. Espantoso!
Talvez até os próprios mineiros, gente honesta e conservadora que reelegeu Romeu Zema em votação apertada, o varra para baixo do tapete da História.
Portanto, como se lê, Ronaldo Caiado sai na frente nesta largada que começa três anos e quatro meses antes de Lula da Silva terminar o primeiro mandato.
Ronaldo Caiado é hábil e se posiciona nesse vácuo deixado por Bolsonaro. Ora vai ao lançamento do PAC3, no Rio de Janeiro, noutra convida o bloqueado do TSE para fazer estadia no Palácio das Esmeraldas.
Quando instado pela Veja, diz que “não considera Bolsonaro um amigo, mas um aliado”. Reforça que não é “vaquinha de presépio” — grifo dele — e discorda de temas sem pé nem cabeça como vacinas globalistas e hackers da ordem mundial invadindo urnas e servidores da Justiça.
Ou seja, Ronaldo Caiado defende um eleitorado conservador e familiar, que é contra as invasões do MST e temas correlatos, mas não entra em teses típicas de Simão Bacamarte.
O verdadeiro desafio de Ronaldo Caiado é manter-se com expressão ao ponto de eleger o sucessor com relativa facilidade — em política, como na vida, não há nada fácil — e, usando o impulso, caminhar numa trajetória sólida que o leve de Goiânia para Brasília.
É difícil, mas é possível. A revista “Veja”, baluarte da mídia nacional, já enxergou essa possibilidade em Caiado.
Agora, um micro depoimento. Desço do automóvel e converso com o vigilante de meu condomínio. Pergunto sobre Ronaldo Caiado. Ele me diz: “Gosto de Caiado porque é um político honesto e melhorou a segurança pública. Nós, pobres, sofríamos com a falta de segurança nos nossos bairros, que não têm muros nem cerca elétrica. Gosto dele porque também apoia as escolas militares. Com ele, eu me sinto mais gente”. É isto: Ronaldo Caiado gosta de gente.
Fonte: Jornal Opção