Os outros ‘Talismãs’ de Leonardo: sertanejo possui três fazendas com o mesmo nome

Cantor se disse surpreso com seu nome em lista do Ministério do Trabalho

Leonardo na fazenda Talismã (Foto: Reprodução)

Além da Fazenda Talismã, em Jussara, Noroeste de Goiás, que virou notícia por ter trabalhadores em condições análogas à escravidão, segundo lista do Ministério do Trabalho, Leonardo possui outras duas propriedades e não por coincidência possuem todas o mesmo nome. Os outros hectares do sertanejo estão em Guapó, Goiás, e Peixe, no Tocantins.

O nome dado às suas três fazendas se deve ao sucesso homônimo da dupla Leandro e Leonardo, de 1990.Batiza ainda o escritório e outros negócios do cantor. É a de Jussara seu xodó, que segundo ele, foi arrendada em parte para a plantação de milho e soja e por isso a ligação de seu nome aos trabalhadores, que ele garante, não são seus empregados.

A primeira Talismã está avaliada em R$ 60 milhões e é o ponto de descanso da família toda. Já a de Guapó recebe pouco o seu dono por lá. Mas é a filha, Monyque Costa, agrônoma, a que mais está por dentro da propriedade, a menor de todas e embrião de algumas plantações de ervilha e soja.

Ao menos, até o ano passado, o agronegócio de Leonardo era apenas a criação de gado. A fazenda de Peixe, por exemplo, foi adquirida para explorar a raça Nelore. Para investir ainda mais nas propriedades, este ano Leonardo adquiriu cinco novas máquinas agrícolas da LS Tractor (modelos G10, Plus 90, Plus 100 e dois H145), que juntos custam cerca de R$ 1 milhão.

Eles foram direto para a Talismã do Tocantins, onde o foco é a pecuária e são utilizados na renovação de pastagem. “Já está fazendo uma diferença danada, está ajudando. Os tratores já estão no pasto, é uma satisfação tremenda”, contou ele, em entrevista ao “Globo Rural”, em abril.

Fazenda já foi palco de tragédia

O nome do cantor Leonardo foi incluído na “lista suja” do trabalho escravo divulgada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio da Secretaria de Inspeção do Trabalho, na segunda-feira, 7. O documento torna públicos os dados de empregadores que tenham submetido trabalhadores a condições análogas à de escravidão. Em novembro do ano passado, seis pessoas foram encontradas em “condições degradantes”, em situação que configura, segundo o ministério, a “escravidão contemporânea”, na Fazenda Talismã, em Jussara (GO), interior de Goiás. O local, que costuma ser uma espécie de refúgio para a família do cantor, foi palco de uma tragédia e investigação policial.

Em fevereiro de 2021, Newton Rodrigues Silva Passini, mais conhecido como Passim, que era assessor e amigo de infância do cantor sertanejo Leonardo, foi encontrado morto na propriedade. Ele foi atingido por disparos acidentais de arma de fogo enquanto estava na fazenda do artista. O homem foi achado na banheira de um dos quartos da propriedade por volta de 12h30, segundo a Polícia Civil, ele estava morto há cerca de dez horas.

Além da trágica morte do amigo, a fazenda também virou assunto nas páginas policiais quando um avião pousou com 400 kg de pasta-base de cocaína na propriedade, no ano passado. O avião saiu da Bolívia até Goiás e pousou, sem autorização, dentro da fazenda Talismã. O piloto disse aos funcionários que precisava abastecer, mas eles não acreditaram e acionaram a polícia ao verem drogas sendo transferidas para uma caminhonete.

A PM e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) iniciaram buscas pelo veículo, que foi localizado na BR-070, entre as cidades de Jussara e Montes Claros de Goiás. Cerca de 11 homens armados participaram da ação. Durante um confronto, segundo a polícia, duas pessoas foram baleadas e socorridas, mas não resistiram aos ferimentos e morreram.

Leonardo se diz surpreso

O cantor Leonardo gravou um vídeo para falar sobre as acusações de trabalho escravo que recaíram sobre ele. O sertanejo se disse surpreso ao ver seu nome relacionado à denúncia e afirmou que arrendou a propriedade e negou qualquer envolvimento direto com a gestão dos trabalhadores.

“Quero dizer a vocês que, em 2022, eu arrendei a fazenda para que o arrendatário plantasse soja, milho, ou o que ele quisesse. Se eu arrendo a fazenda para ele, ele tem o direito de plantar o que quiser, entenderam?”, iniciou Leonardo.

“E nisso surgiu um funcionário lá nessa fazenda que eu arrendei, que eu não conheço, nunca ouvi falar, nunca vi. De repente, fui visitado pelo Ministério Público do Trabalho, com todo o respeito a vocês. Eles foram muito bem recebidos na minha fazenda e foi lavrada uma multa para mim, que sou o proprietário da fazenda. Mas não da Fazenda Talismã, e sim da Fazenda Lacanca, onde arrendei para ser plantada soja, entenderam? “Não conheço quem estava lá naquelas casinhas, nem quem os colocou lá, porque, gente, eu já plantei tomate. Eu sei como é a vida, é difícil, e do fundo do meu coração, jamais faria algo assim, entenderam?”.

Via Extra

FONTE: MAIS GOIÁS

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