Fábio Teixeira, de 41 anos, é aluno do oitavo período do curso de medicina da Universidade Federal do Piauí. Há sete anos, ele era enfermeiro e professor de inglês. O que o motivou a recalcular a rota foi o filho Bernardo, que nasceu com um problema de saúde grave: a hemofilia.
A hemofilia é uma condição que atrapalha a coagulação sanguínea e provoca hemorragias caso não seja controlada. O diagnóstico veio logo depois do nascimento da criança. “Quando tiraram sangue do meu filho ainda na maternidade, ele ficou com um hematoma imenso. A cada vacina que tomava, sangrava muito e apresentava várias manchas pelo corpo. Foi quando começamos a suspeitar”, diz Fábio.
Logo que recebeu a notícia, o pai decidiu se aprofundar por conta própria em estudos sobre hematologia, parte da medicina que estuda doenças do sangue. “À época, eu lecionava em uma escola com muita falta de professores e pedi para assumir as aulas de biologia e de química. Minha ideia era me aprofundar nas matérias que contavam mais pontos para passar em medicina no Enem. Fiquei muito feliz quando a aprovação veio, em 2018”, lembra.
Fábio está perto de concluir o curso e já decidiu que vai fazer residência em hematologia pediátrica. “Hoje os médicos que cuidam de Bernardo são meus professores. No Piauí, há só três especialistas nesta área, eu vou ser o quarto”, afirma Fábio.
Fonte: Mais Goiás