Encontro é interpretado como um sinal de que o novo pontífice pode dar continuidade ao legado de inclusão deixado por papa Francisco

Foto: Divulgação/Vatican News
O papa Leão XIV concedeu nesta segunda-feira, 1º, uma audiência privada ao padre James Martin, religioso jesuíta americano conhecido internacionalmente por sua atuação pastoral junto à comunidade LGBTQIA+ católica.
O encontro no Vaticano é interpretado por analistas como um sinal de que o novo pontífice pode dar continuidade ao legado de inclusão deixado por papa Francisco, falecido em abril após 12 anos de pontificado.
Primeiro papa americano da história, Leão XIV recebeu Martin no Palácio Apostólico, em uma das poucas reuniões oficialmente anunciadas pela Santa Sé nesta data. A divulgação é considerada indicativa da relevância do gesto, já que encontros desse tipo costumam ocorrer de forma reservada.
Papa Francisco ficou marcado por sua postura de abertura aos católicos LGBTQIA+. Em 2023, autorizou padres a concederem bênçãos a casais do mesmo sexo, ainda que não reconhecendo o matrimônio sacramental.
A decisão gerou fortes críticas de setores conservadores da Igreja, mas consolidou sua imagem como líder disposto ao diálogo. O padre James Martin, por sua vez, tornou-se voz de referência nos Estados Unidos em defesa da integração da comunidade LGBTQIA+ à Igreja Católica.
Frequentemente criticado por católicos conservadores, recebeu apoio público de Francisco em diversas ocasiões. Eleito em maio de 2025, o papa Leão XIV ainda não se manifestou diretamente sobre o decreto de Francisco nem sobre questões envolvendo fiéis LGBTQIA+.
Antes de assumir o pontificado, quando era o religioso Robert Prevost, expressou visões mais conservadoras, chegando a criticar a chamada “ideologia de gênero” e a educação sexual em escolas.
Mesmo assim, sinais recentes indicam certa abertura: grupos católicos LGBTQIA+ que participam da peregrinação do Ano Santo de 2025 tiveram eventos incluídos no calendário oficial do Jubileu, fato considerado incomum no Vaticano.
A reunião entre Leão XIV e James Martin ocorre em meio a um cenário de expectativa sobre como o novo papa conduzirá a relação da Igreja com a comunidade LGBTQIA+.
Para especialistas, trata-se de um gesto simbólico que pode marcar os rumos do atual pontificado, equilibrando pressões conservadoras e demandas por inclusão.
FONTE : JORNAL OPÇÃO
