Levantamento do Instituto Travessia mostra que brasileiros estão otimistas em relação ao ano que vem. Só 24% dizem que a situação vai piorar
A maioria dos brasileiros está otimista com o desempenho da economia em 2024. Pesquisa realizada pelo Instituto Travessia, de São Paulo, com exclusividade para o Metrópoles, mostra que 47% dos entrevistados acreditam que a situação econômica do país vai melhorar no próximo ano. Outros 25% consideram que ela permanecerá igual. Uma menor parcela, de 24%, crê numa piora do quadro atual.
O levantamento do Travessia foi feito em Brasília e mais 10 capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza, Manaus, Cuiabá, Belém e Recife), entre os dias 4 a 6 de dezembro. As entrevistas ocorreram por telefone, com uma amostra de 800 pessoas. A margem de erro da sondagem é de 3 pontos percentuais para cima ou para baixo.
As opiniões dos brasileiros, porém, não condizem com as estimativas do mercado para o Produto Interno Bruto (PIB), que mede a riqueza produzida por um país em determinado período.
O PIB brasileiro vai fechar este ano em 2,84%, segundo a última projeção do Relatório Focus, a pesquisa semanal feita pelo Banco Central (BC) com cerca de 150 agentes econômicos. Para o próximo ano, a estimativa é de 1,5%. Ou seja, o crescimento previsto para 2024 é quase a metade do estimado para 2023.
Mas não são apenas com dados do BC que as expectativas são criadas. “Em pesquisas qualitativas, feitas com grupos menores de pessoas, fatores como a queda do preço dos alimentos são citados com frequência como exemplo de uma mudança recente e positiva na economia”, diz Renato Dorgan Filho, sócio e analista do Instituto Travessia. “Além disso, as oportunidades de negócios aumentam no fim do ano. São coisas essas que justificam o otimismo captado pela pesquisa.”
O Travessia também perguntou que tipo de gastos as pessoas querem – e acham possível – aumentar em 2024. A maior parte dos entrevistados, 44% do total, afirmou que deseja elevar as despesas com alimentação (veja quadro abaixo).
Bem abaixo desse patamar surgem itens como lazer e viagens (26%), seguidos por produtos como geladeiras e TVs (25%), além da educação (24%) como alvos de maiores dispêndios.
Num terceiro nível, aparecem bens mais carros como imóveis (20%) e veículos (19%). Outros 17%, contudo, afirmaram que não vão aumentar os gastos no próximo ano de forma nenhuma. A soma dos números supera 100%, porque as pessoas tiveram a opção de mencionar mais de um tipo de produto ou serviço.
Fonte: Metrópoles