Autoridades cumprem 17 mandados de prisão e 43 de busca na Operação Overclean
Fraudes em licitações e lavagem de dinheiro levam à prisão de suspeitos em cinco estados
Uma ação conjunta entre a Polícia Federal (PF), o Ministério Público Federal (MPF), a Receita Federal do Brasil (RFB) e a Controladoria-Geral da União (CGU) desencadeou a “Operação Overclean”, nesta terça-feira, 10, com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa acusada de fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. As autoridades estão cumprindo 17 mandados de prisão preventiva, 43 mandados de busca e apreensão e diversas ordens de sequestro de bens nos estados da Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás.
As investigações revelaram um esquema sofisticado que teria desviado aproximadamente R$ 1,4 bilhão, dos quais R$ 825 milhões foram movimentados em contratos públicos apenas em 2024. Segundo a PF, o esquema direcionava recursos provenientes de emendas parlamentares e convênios para empresas e pessoas próximas a administrações municipais. Superfaturamentos em obras e desvios financeiros foram os principais mecanismos usados para canalizar os recursos ilícitos.
Entre os órgãos atingidos, destaca-se o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), especialmente a Coordenadoria Estadual da Bahia (CEST-BA).
A operação também contou com apoio internacional, envolvendo a Agência Americana de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI). Essa parceria foi fundamental para identificar fluxos financeiros e ativos fora do Brasil, reforçando o combate ao esquema transnacional.
Mandados e bloqueios milionários
A operação incluiu o bloqueio de R$ 162.379.373,30, além da apreensão de bens de luxo, como aeronaves, barcos, imóveis de alto padrão e veículos. Essas medidas buscam ressarcir parte dos danos causados aos cofres públicos. Além disso, oito servidores públicos suspeitos de envolvimento direto com o esquema foram afastados de suas funções.
Operação bloqueou R$ 162 milhões e apreendeu bens de luxo para ressarcir cofres públicos | Foto: Polícia Federal
Os investigados podem responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos, além de lavagem de dinheiro. Segundo os investigadores, as penas podem ultrapassar 30 anos de reclusão para os responsáveis.
FONTE: JORNAL OPÇÃO