Polícia pede cassação de registro profissional e bloqueio de bens de ginecologista suspeito de crimes sexuais

A Polícia Civil pediu a cassação do registro profissional e o bloqueio de bens do ginecologista Fábio Guilherme da Silveira Campos, 73 anos, suspeito de cometer crimes sexuais contra pacientes. Até agora, 16 vítimas procuraram a Delegacia Estadual Especializada no Atendimento à Mulher (DEAEM) para denunciar os crimes. O médico, que está preso desde o dia 20 de julho, chegou a ser agredido pelo marido de uma das pacientes que foi abusada sexualmente no Ciams Novo Horizonte, em Goiânia. O Conselho Regional de Medicina (Cremego) diz que a conduta do profissional é investigada internamente.

Conforme as apurações, os crimes investigados até o momento foram praticados entre 2015 e 2020. Há, também, delitos que já prescreveram, como o caso de uma adolescente, que foi vítima do ginecologista em 1992.

Na última semana, a Polícia Civil indiciou Fábio Guilherme pelo crime de estupro de vulnerável. O inquérito policial recentemente concluído refere-se à primeira vítima que denunciou o ginecologista. Foi por conta deste abuso, inclusive, que o médico foi agredido dentro do Ciams pelo marido da vítima.

O caso foi tratado como estupro de vulnerável, pois a corporação verificou que a mulher, ao fazer exame ginecológico, estava incapaz de oferecer resistência, só percebendo o delito sexual quando já havia se consumado, ficando em estado de choque.

Em nota, o Cremego disse que todas as denúncias relacionadas à conduta ética de médicos recebidas pela entidade ou das quais o Conselho toma conhecimento são apuradas e tramitam em total sigilo, conforme determina o Código de Processo Ético-Profissional Médico.

Vítima de 14 anos

A vítima mais antiga localizada até agora diz que sofreu abuso em 1992, quando era adolescente. “Ele a despiu completamente, tocou seus órgãos genitais e fez com que ela tocasse o órgão genital dele dizendo: ‘Você ainda tem muito o que aprender comigo’”, conta a delegada Amanda Peterlinkar, que cuida do caso.

A menina diz que denunciou o crime para família na ocasião, mas que foi desacreditada e que a história foi tratada como “fantasia adolescente”.

Fonte: Mais Goiás

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