Categoria cobra isonomia salarial com outras forças de segurança e redução de interstício. Nova assembleia será realizada na sexta-feira (10/10)

Assembleia dos policiais penais do DF – (crédito: Sindpol)
Os policiais penais do Distrito Federal decidiram manter a paralisação parcial das atividades e a suspensão da marcação de serviços voluntários. A decisão foi reafirmada durante assembleia geral feita nesta quarta-feira (8/10), em frente à Câmara Legislativa (CLDF). A categoria cobra o cumprimento do acordo de redução do interstício e um reajuste salarial em igualdade com as demais forças de segurança.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Penais do DF (SINDPOL-DF), Paulo Rogério, a mobilização é uma resposta à falta de cumprimento de compromissos assumidos pelo Governo do Distrito Federal (GDF). “O acordo para redução do interstício deveria ter sido cumprido desde 1º de setembro, mas nada foi feito. Além disso, novamente, o reajuste concedido às demais forças de segurança deixou a Polícia Penal de fora”, afirmou.
O movimento começou no início de outubro, quando os servidores deixaram de aderir ao serviço voluntário, medida que, segundo Rogério, ocorreu por iniciativa da própria categoria. “O sindicato é proibido, pela Justiça, de deliberar sobre a não marcação, mas a categoria, espontaneamente, decidiu não participar, como forma de protesto”, explicou.
Durante a assembleia, que reuniu cerca de 800 policiais penais, os servidores decidiram manter a mobilização até que o governo apresente uma proposta concreta. “A categoria deixou claro que não vai recuar enquanto não houver uma solução real. Já vivemos essa exclusão em 2023 e agora o governo repete o erro”, destacou o presidente do sindicato.
Uma nova assembleia está marcada para sexta-feira (10/10). Caso o impasse continue, os policiais penais devem deliberar pela entrega dos cargos de chefia e direção dos presídios, como forma de pressionar o governo. “Se não houver avanço, será decidido que ninguém da categoria poderá assumir chefias. É uma medida extrema, mas necessária, diante da falta de diálogo”, disse Rogério.
Paulo Rogério reforçou que a categoria espera uma saída pacífica, mas efetiva. “Estamos abertos ao diálogo, mas ele precisa vir acompanhado de ações concretas. Queremos apenas o que é justo: sermos tratados com a mesma dignidade das demais forças de segurança. A Polícia Penal integra o artigo 144 da Constituição, e deve ter o mesmo tratamento”, afirmou.
O presidente do sindicato ressaltou que o objetivo da mobilização não é paralisar o sistema, mas restabelecer a normalidade com justiça e valorização. “Esperamos resolver isso o quanto antes, para que o sistema volte a funcionar plenamente e a segurança da população seja garantida”, concluiu.
Procurado pela reportagem, o GDF não se manifestou até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para esclarecimentos.
FONTE : CORREIO BRAZILIENSE
