Por que bolsonaristas e ex-MBL abriram uma CPI contra padre Júlio Lancellotti em São Paulo?

Conhecido por sua militância em favor de pessoas em situação de rua, padre Júlio Lancelotti alcançou reconhecimento nacional nos últimos anos. Em 2021, apareceu nas manchetes de televisão após quebrar, a marretadas, as pedras implantadas pela prefeitura de São Paulo sob viadutos para impedir a presença dos desabrigados.

Em 2022, Júlio Lancellotti foi homenageado pelo Senado, que deu seu nome à Lei 14.489, de 2022. A legislação proíbe a chamada “arquitetura hostil”, que emprega estruturas, equipamentos e materiais com o objetivo de afastar as pessoas — sejam moradores de rua, jovens ou idosos, por exemplo — de praças, viadutos, calçadas e jardins.

A última polêmica envolvendo o sacerdote foi na Câmara Municipal de São Paulo, que nesta semana deu início à coleta de assinaturas para abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar ONG’s que prestar apoio a pessoas em situação de rua da cidade.

A CPI foi proposta pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil), membro da direita paulistana. Segundo o parlamentar, as organizações não governamentais (ONGs) Craco Resiste e o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, conhecida como Bompar, estariam promovendo o que chamou de “máfia da miséria”, que “explora os dependentes químicos do centro da capital”.

Segundo o vereador, essas organizações receberiam dinheiro público para distribuir alimentos, kit de higiene e itens para o uso de drogas à população em situação de rua. A política de redução de danos, segundo ele, gera um “ciclo vicioso” no qual o usuário de crack não consegue largar o vício.

A motivação, no entanto, pode ser outra, mais ideológica do que preocupada com a situação dos desabrigados. Isso porque padre Júlio Lancellotti já demonstrou ser apoiador do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de políticas sociais defendidas por partidos de esquerda.

Em resposta a proposta de abertura da CPI, políticos, artistas e influenciadores digitais saíram em defesa do sacerdote nas redes sociais.

Fonte: O Hoje

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