O primeiro bebê com DNA de três pessoas diferentes nasceu no Reino Unido. O país foi o primeiro a regulamentar o tratamento de doação mitocondrial (TDM) em 2015, uma técnica utilizada em pacientes com alto risco de transmitir doenças mitocondriais. A Autoridade de Fertilização Humana e Embriologia britânica (HFEA) concedeu aprovação para o tratamento a 32 pacientes. A técnica envolve a substituição da mitocôndria danificada da mãe por uma mitocôndria saudável de uma doadora. A regulamentação britânica permite que apenas indivíduos com formas graves da doença sejam elegíveis para a TDM, e sua aprovação depende de análise da HFEA.
Dois métodos aprovados de TDM no Reino Unido são a transferência do fuso materno (TFM) e a transferência pronuclear (TPN). No TFM, o material genético nuclear é transferido do óvulo da mãe para o da doadora, que é fertilizado com o esperma do pai para criar um embrião saudável. Na TPN, os óvulos da mãe e da doadora são fertilizados em laboratório, e o material genético nuclear é retirado do embrião formado com o óvulo da doadora e substituído pelo da mãe.
A HFEA esclareceu que desde 2018, quando a clínica de Newcastle se tornou o primeiro centro licenciado para realizar o procedimento, mais de 30 aprovações foram concedidas. Em maio de 2023, a autoridade confirmou que um bebê nasceu a partir do tratamento, mas não divulgou o número total de nascimentos, alegando que poderia levar à identificação de uma pessoa que deve o dever de confidencialidade ao HFEA.
O tratamento de doação mitocondrial é uma técnica controversa, com críticos questionando a ética e os possíveis riscos à saúde. No entanto, defensores argumentam que pode ser a única opção para famílias com risco de transmitir doenças mitocondriais graves. A regulamentação britânica rigorosa exige que as famílias atendam a critérios específicos e que os tratamentos sejam realizados apenas em clínicas licenciadas.
A técnica de TDM oferece esperança para casais que, de outra forma, seriam incapazes de ter filhos biológicos saudáveis. No entanto, há preocupações sobre os possíveis riscos à saúde da criança, bem como questões éticas e legais. Embora a regulamentação do Reino Unido seja vista como um modelo para outros países, o debate sobre a TDM continua, com defensores e críticos expressando opiniões fortes sobre o uso da técnica.
Fonte: Mais Goiás