São Paulo – Problemas climáticos, como excesso de chuvas e a onda de calor que afetou o País, prejudicaram a colheita nas lavouras, elevando os preços de alguns itens alimentícios em novembro – informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta teça-feira (12/12). Segundo o levantamento do órgão, o avanço no custo da alimentação respondeu por quase metade da inflação de 0,28% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), uma contribuição de 0,13 ponto porcentual.
A alimentação para consumo no domicílio subiu 0,75% em novembro. Isso porque as famílias pagaram mais no mês pela cebola (26,59%), batata-inglesa (8,83%), arroz (3,63%) e carnes (1,37%).
Segundo André Almeida, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE, os problemas climáticos afetaram os produtos mais sensíveis ao clima, por isso os preços subiram. No caso das carnes, a pressão no preço ocorre um período prolongado de quedas, além de responder também a um ciclo natural de produção da pecuária. “A gente observou quedas consecutivas no preço da carne desde o final do ano passado, influenciadas, principalmente, por uma maior disponibilidade de carne no mercado. Então, com aquelas altas no preço da carne em 2022, os produtores passaram a ampliar o número de abates, o que fez com que a gente tivesse agora um menor número de matrizes”, explicou.
“A partir do momento que teve mais abates, aumentou a disponibilidade, fez com que os preços caíssem. Agora a gente tem menos matrizes, menos nascimentos de bezerros, o que acaba resultando numa restrição da oferta.” Na direção oposta, ficaram mais baratos em novembro o tomate (-6,69%), cenoura (-5,66%) e leite longa vida (-0,58%). “A temperatura mais alta acelera a maturação do tomate. Os produtores foram obrigados a disponibilizar mais o produto no mercado, tem maior oferta do produto”, justificou Almeida.
Restaurantes e afins
A refeição fora de casa subiu 0,34% e o lanche, 0,20%. “Apesar da alta em novembro, o grupo alimentação e bebidas tem contribuído para reduzir o resultado do IPCA”, afirmou o pesquisador do IBGE, adiantando que a categoria acumula um avanço de apenas 0,57% em 12 meses. No ano, de janeiro a novembro de 2023, o grupo recuou 0,08%.
“A gente teve safra recorde de grãos em 2023. A gente teve maior disponibilidade das carnes. A queda nos preços dos grãos contribui para redução no custo de produção de carne, são insumos para ração animal. São fatores que têm contribuído para essa queda no grupo de Alimentação e bebidas”, enumerou.
A alimentação no domicílio acumula redução de 1,83% no ano até novembro. Os preços das carnes acumulam queda de 9,87% de janeiro a novembro de 2023. Os preços das aves e ovos acumulam recuo de 7,57% no ano, enquanto os óleos e gorduras já caíram 16,41%. Os preços de tubérculos, raízes e legumes diminuíram 11,23% no ano. O feijão-carioca acumula queda de 24,22%. (Agência Estado)
Fonte: A Redação