Procon Goiânia vê “prática abusiva” em cartaz anti-petista de frigorífico bolsonarista

Fiscais chegaram a ir ao local, mas cartaz já não estava mais exposto

Jair Bolsonaro segura a “picanha mito”: Frigorífico tem histórico com o bolsonarismo (Foto: Reprodução/Frigorifico Goiás)

O Frigorífico Goiás voltou ao centro das atenções nesta semana após a divulgação de um cartaz que restringia atendimento a clientes “petistas”. O episódio foi denunciado pelo deputado estadual Mauro Rubem (PT) ao Procon Goiânia, que classificou a conduta como abusiva e discriminatória, por violar o Código de Defesa do Consumidor (CDC). Fiscais chegaram a ir ao local, mas o cartaz já não estava mais exposto. “Petista aqui não é bem-vindo”, dizia a mensagem, conforme o jornal O Popular.

De acordo com o órgão de fiscalização, a placa contraria diretamente o Artigo 39 da legislação. O inciso II proíbe o fornecedor de “recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas disponibilidades de estoque e conformidade dos usos e costumes”, enquanto o inciso IX veda expressamente “recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento”.

“Portanto, a placa colocada pelo Frigorífico Goiás, ao restringir o atendimento com base em opção político-partidária, representa prática abusiva e discriminatória”, informou o Procon. Fiscais foram ao local, mas, no momento da inspeção, o cartaz não estava mais exposto.

Frigorífico com histórico bolsonarista

Não é a primeira vez que o Frigorífico Goiás aposta em provocações e na política para atrair atenção. Nos últimos anos, o estabelecimento ganhou notoriedade ao lançar produtos e campanhas que misturam política e consumo. Nas eleições de 2018, por exemplo, chegou a provocar uma polêmica ao lançar uma promoção de picanha a R$ 17,00 no dia em que os eleitores irem às urnas definirem o presidente da República. O valor fazia referência direta ao número da legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro, que à época se candidatou pelo PSL.

Quatro anos depois, o Frigorífico repetiu a promoção: desta vez cobrando R$ 22,00, em uma nova referência direta ao partido com o qual Bolsonaro concorria à reeleição: R$ 22,00.

As promoções não se limitam à política brasileira. Quem vai ao frigorífico também se depara com referências ligadas a líderes da direita internacional, como a “picanha do Trump”. O presidente da Argentina, Javier Milei, também já teve a cara estampada em uma embalagem de carne. Quando Gusttavo Lima chegou a cogitar sua candidatura presidencial, o frigorífico também lançou uma embalagem especial para o embaixador.

FONTE : MAIS GOIAS

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