Pesquisa Quaest mostra que petistas e liberais podem definir o futuro governador

REDAÇÃO
A pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta semana pelo G1, trouxe um cenário onde não há favoritos para a sucessão do governador Ronaldo Caiado (União). O levantamento mostrou um empate técnico entre os principais postulantes, com o vice-governador Daniel Vilela (MDB) à frente com 26%, seguido pelo ex-governador Marconi Perillo (PSDB), com 22%, ou seja, uma diferença de 4 pontos percentuais, que configura empate técnico, considerando a margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos.
O terceiro e o quarto colocados, também estão empatados tecnicamente, considerando que o senador Wilder Morais (PL), tem 10%, e a deputada federal Adriana Accorsi (PT), 8%. Telêmaco Brandão (Novo) registrou 1%.
A soma dos candidatos de oposição totaliza 41%, contra 26% do candidato governista. O número não é definitivo , considerando que a eleição só será deflagrada em julho de 2026, mas ele mostra, no mínimo, que a população avalia positivamente uma candidatura alternativa àquela defendida pelo Palácio das Esmeraldas.
Considerando a hipótese de que os quatro candidatos disputem o pleito, o indicativo é de que a eleição em Goiás caminha para ter segundo turno, fato que não acontece desde 2014, considerando que nas eleições de 2018 e de 2022, Caiado venceu no primeiro turno.
Tanto o PL, quanto o PL, já foram sondados para compor as chapas majoritárias de Daniel Vilela (MDB) e de Marconi Perillo (PSDB), mas estas legendas tendem a lançar candidatos próprios.
Diferente de 2022, quando a disputa estava polarizada entre o ex-presidente Lula (PT) e o então presidente Jair Bolsonaro (PL), as eleições de 2026 têm um novo componente, com Bolsonaro fora do pleito, e provavelmente preso após o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e o presidente Lula em alta, uma vez que todas as pesquisas mostram aumento de sua popularidade, inclusive em Goiás.
Além da inelegibilidade do ex-presidente, o bolsonarismo está baixa devido a reprovação, pela opinião púbica, das ações contra a economia brasileira nos Estados Unidos, patrocinadas pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Diante destes reveses, a extrema-direita, representada pelo PL, reorganizou seu projeto de poder. Não sendo possível chegar à presidência com Bolsonaro ou um de seus filhos, o bolsonarismo sinaliza que vai focar na eleição de deputados federais e senadores. E é perseguindo este objetivo que o senador Wilder Moraes não irá abrir mão de ser candidato ao governo. Sua candidatura dá sustentação para o PL lançar chapas ao Senado e a Câmara Federal.
No caso do PT, o bom momento do presidente Lula anima o partido a ampliar o número de cadeiras na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal. Neste sentido, além de apresentar seus melhores nomes, os dirigentes petistas tentam atrair lideranças de outras legendas para a federação composta por PT, PV e PC do B. É de conhecimento público a simpatia que as principais lideranças petistas têm em relação à vereadora Aava Santiago (PSDB), que é vista com potencial para se eleger senadora pelo campo progressista.
Há dentro do campo progressista e do próprio PSDB, aqueles que defendem uma coligação já no primeiro turno, mas o próprio Marconi Perillo considera esta uma situação improvável, dado o histórico dos tucanos de oposição ao presidente Lula. Marconi, no entanto, já anunciou que deixa a presidência do PSDB em setembro, e assim, fica desimpedido para conversas com outras legendas.
POPULARIDADE DE CAIADO
A pesquisa Quaest revela que o governador goiano é aprovado por 88% dos eleitores, desaprovado por 9% e 3% não souberam avaliar seu mandato. Estes índices não têm alteração desde abril do ano passado, ou seja, é consistente a popularidade de Caiado. Ainda segundo o levantamento, 73%, consideram que Caiado merece eleger seu sucessor, contra 21% que acham que não. Neste caso, 6% não souberam ou não responderam.
Estes mesmos índices de popularidade não foram suficientes para Caiado eleger em Goiânia o prefeito Sandro Mabel (União), tampouco garantiram a eleição de Leandro Vilela (MDB) em Aparecida de Goiânia. Nestas duas cidades, fatores externos garantiram a vitória dos candidatos governistas. Na Capital, o voto progressista fez Mabel derrotar o ultra-reacionário Fred Rodrigues (PL), e em Aparecida, o engajamento pessoal do ex-prefeito Gustavo Mendanha (MDB) pavimentou a vitória de Leandro Vilela.
É inegável que a máquina do governo do Estado tem muito peso numa eleição, mas a história recente mostra que nem sempre ela faz valer a vontade do inquilino da Casa Verde.
Em 1998 o PMDB de Iris Rezende tinha mais de 100 prefeitos e a coligação que apoiava Marconi Perillo (PSDB-PTB-PPB) somava pouco mais de 20 prefeitos, e mesmo assim, Marconi venceu. O mesmo ocorreu em 2018, com o PSDB e partidos governistas controlando cerca de 200 prefeituras, mas Caiado saiu vitorioso obtendo 59,73% dos votos no primeiro turno.
FONTE : ONZE DE MAIO