A balança comercial brasileira acumulou um superávit de US$ 62,4 bilhões até o fim do mês de agosto, o que representa um salto de 43% comparado a 2022. Diante desse cenário, especialistas estimam que o saldo entre as vendas externas e as compras internacionais possa superar US$ 90 bilhões até o fim do ano. Esse valor representaria o maior record de superávit desde o início da série, iniciada em 1989.
O número foi divulgado pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). As exportações somaram US$ 31,21 bilhões em agosto, alta de 1,4%. Já as importações alcançaram US$ 21,443 bilhões, queda de 19,6%. Soja, milho e celulose estão entre os produtos que que cresceram em exportações, reforçando o papel do Brasil como um grande fornecedor mundial de commodities.
A Secex estima um superávit de US$ 84,7 bilhões da balança comercial neste ano, com exportações de US$ 330 bilhões no ano e importações de US$ 245,2 bilhões. Além das exportações, especialistas atribuem o superávit ao bom desempenho da indústria extrativa, com altas nas exportações de petróleo.
De acordo com o presidente executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, a participação da indústria na pauta de exportações vem caindo. Em 2000, os números alcançavam 50% e, atualmente, está em cerca de 29%.
Neste mês, o IBGE voltou a revisar para cima a projeção para a safra agrícola brasileira. A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas deve registrar novo recorde, totalizando 313,3 milhões de toneladas. O número representa um salto de 19% ante 2022, ou mais 50,1 milhões de toneladas.
Caso a estimativa do Instituto seja confirmada, será a primeira vez na História que a safra ficará acima de 300 milhões de toneladas. Em 2023, o Brasil superou os EUA como maior exportador global de milho e está prestes a desbancar o país do topo das exportações globais de algodão também. Ainda assim, ocupa o 26º lugar no ranking mundial de países exportadores.
Segundo o Governo Federal, no acumulado do ano, as exportações totalizam US$ 199,726 bilhões e as importações, US$ 144,468 bilhões, com saldo positivo de US$ 55,258 bilhões e corrente de comércio de US$ 344,193 bilhões.
Destinos
As exportações brasileiras para China, Hong Kong e Macau, principais destinos dos produtos brasileiros, cresceram 17,2% em agosto, sempre calculadas pela média diária, em relação há um ano. Já as vendas totais para a Ásia subiram 12,2%.
Na mesma base de comparação, as vendas para a América do Norte declinaram 1,66%, enquanto, para a América do Sul, caíram 13,09% e, para a Europa, diminuíram 3,76%.
Fonte: Jornal Opção