Queda de helicóptero faz Marinha suspender Operação Formosa; entenda

Acidente, que matou dois sargentos dos fuzileiros, levou à interrupção temporária dos exercícios militares. A exibição que estava prevista para amanhã foi cancelada. Ministro da Defesa ficou impressionado com o cenário do desastre

10/08/2023

O acidente com um helicóptero UH-15 Super Cougar, da Marinha, no começo da tarde de terça-feira — causando a morte de dois sargentos dos fuzileiros navais e feriu outros 12 soldados — levou à suspensão, nesta quarta-feira, da Operação Formosa. Segundo os militares, a interrupção é temporária. Mas uma demonstração conjunta das três Forças Armadas, que estava prevista para amanhã, foi cancelada. As causas do acidente com o aparelho estão sendo investigadas e o inquérito tem até seis meses para ser concluído.

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, esteve no Forte Santa Bárbara, em Formosa (GO), para ver o local da tragédia e se reunir com os militares que fazem parte da operação conjunta e os peritos que investigam o acidente com a aeronave do 2º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral. Ele confessou ter ficado impressionado com o acidente.

“É incrível. Vendo os destroços, não acredito que tenha saído gente viva dali. (É um) amontoado de ferros e plástico. Houve uma explosão e, infelizmente, dois perderam a vida. Lamentamos profundamente, mas tudo dentro do possível, com responsabilidade e competência, foi feito pela Marinha do Brasil”, descreveu. Múcio garantiu que, à medida que as investigações sobre as causas da tragédia avancem, informações serão divulgadas.

Segundo o comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, a caixa preta do aparelho já está com os peritos encarregados de esclarecer o episódio. A área em que caiu o helicóptero está isolada. “Não se sabe se a cauda (do aparelho) caiu no chão ou quebrou na hora que bateu. Na atividade militar, o risco é inerente. Nós temos que aprender a conviver”, lamentou.

A Marinha se prepara para trasladar, nas próximas horas, os corpos dos sargentos fuzileiros Luís Fernando Tavares Augusto, do Batalhão de Blindados de Fuzileiros Navais, e Renan Guedes Moura, da Base de Fuzileiros Navais. Eles devem ser sepultados no Rio de Janeiro, uma vez que as unidades às quais pertenciam ficam na Ilha do Governador, zona norte da capital fluminense.

Outros três militares, que ficaram gravemente feridos, continuam internados no Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília. Segundo a Marinha, foram submetidos a cirurgias para “estabilização das fraturas” e o estado de saúde deles é considerado “estável”. Aqueles atendidos no Hospital Estadual de Formosa foram liberados.

“Sob as ferragens”

Um dos integrantes da equipe de socorro que esteve no local em que o helicóptero caiu, o comandante regional do Corpo de Bombeiros de Formosa, tenente-coronel Bráulio Flores, relatou que, ao chegar, encontrou um cenário impressionante. “Os corpos estavam entremeados nas ferragens retorcidas. Um deles estava sob as ferragens”, afirmou.

Flores disse que, no local da tragédia, não havia chamas e os sobreviventes tinham sido removidos para o posto médico da Marinha. Conforme destacou, o trabalho dos bombeiros foi o de resfriar pontos de calor para evitar que o incêndio se propagasse para a vegetação próxima.

Treino de infiltração

O Forte Santa Bárbara recebe, anualmente, a Operação Formosa. Desde 1988, são realizados treinamentos de conflito armado. Os sargentos que morreram no acidente participavam de uma manobra chamada de fast rope — quando os soldados desembarcam da aeronave, no ar, por meio de um cabo lançado ao solo. É uma técnica de aerotransporte na qual pequenas unidades de combate são deixadas para infiltração nas linhas inimigas.

Fonte: Correio Braziliense

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