Foragido desde dezembro, o radialista mantinha asilo político provisório e morava no Paraguai desde julho.
O radialista e publicitário Max Pitangui (PTB), preso no Paraguai, onde estava foragido , investigado por ter feito falas contra a democracia nas redes sociais, tem um perfil onde postava com frequência sobre sua vida no Paraguai, onde vivia com a esposa e os filhos desde julho.
Max estava sendo procurado desde dezembro de 2022 pela Polícia Federal e tinha um mandado de prisão em aberto desde 15 de dezembro.
Decisão do STF
Segundo decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes contra alvos da operação da Polícia Federal contra atos democráticos, Pitangui atuava como uma “milícia privada digital” que incentiva ataques à democracia.
De acordo com a decisão de Moraes, ele tem “se manifestado de forma abusiva, não só questionando sem provas a lisura do pleito eleitoral, mas também incitando a abolição do próprio Estado Democrático de Direito mediante intervenção militar e/ou tomada violenta de poder, representando verdadeira liderança dos movimentos antidemocráticos”.
Prisão no Paraguai
Max Pitangui e o blogueiro Wellington Macedo foram presos pela Polícia Nacional do Paraguai em uma ação que contou com a colaboração da Polícia Federal do Brasil.
Eles foram levados para a Ponte da Amizade, que liga Foz do Iguaçu, no Paraná, à Cidade do Leste e devem ser transferidos ainda nesta sexta-feira (15) para Brasília.
Pitangui se entregou sem resistir, segundo as autoridades paraguaias. Ele estava morando e vivendo na cidade paraguaia com a esposa e os filhos.
Os dois foram presos em ação conjunta da Interpol e do Comando Tripartite, formado por forças policiais de Foz do Iguaçu, de Puerto Iguazú, na Argentina, e Cidade do Leste. Informações compartilhadas pelas autoridades brasileiras ajudaram na ação.
O pedido de cooperação foi feito pela Interpol há 15 dias. Os dois estavam sendo monitorados por autoridades paraguaias.
Defesa
Em entrevista ao g1 na manhã desta sexta-feira (15), o advogado de Max, Marcelo Brasileiro, disse que ficou sabendo da prisão na tarde de quinta-feira (14) e que seu cliente foi preso ao ir buscar um documento. Para o advogado, isso foi uma “armadilha”.
“O Max tinha um documento provisório para continuar asilado no Paraguai e entraram em contato com ele falando que precisava comparecer para buscar o documento. Quando saiu para buscar , já tinha uma equipe da Interpol para captura. Foi uma armadilha”, disse o advogado.
Marcelo disse ainda que vai tentar fazer com que o radialista seja transferido para o Espírito Santo e seja julgado no estado. A mulher e os filhos de Max continuam no Paraguai.
A Polícia Federal foi procurada, mas até a publicação desta reportagem não respondeu aos questionamentos solicitados.
Ativo nas redes mesmo foragido
Max chegou a disputar uma vaga nas eleições de 2022 na Assembleia Legislativa do Espírito Santo e tinha um mandado de prisão em aberto desde 15 de dezembro do ano passado por suspeita de promover atos antidemocráticos no estado e integrar milícia digital e por ataques a ministros do Supremos Tribunal Federal.
O radialista participou algumas vezes do acampamento montado na frente do 38º Batalhão de Infantaria do Exército em Vila Velha. Além disso, Max atacava autoridades nas redes sociais e propagava fake news.
Desde julho, com a autorização provisória de asilo no Paraguai, Max postava frequentemente nas redes sociais sobre sua vida no país e sua rotina, com vários stories sobre idas no supermercado e até comemorando seu aniversário em agosto.
Fonte: G1