A quadrilha tinha base em Montes Claros (MG). Grupo se infiltrava em sites de relacionamento e de acompanhantes e tinham homens como alvo. Foragidas são Victoria Fagundes Braga, Evelyn Cardoso Pereira e Jovelice Gonçalves Santos

Criminosas estão foragidas da polícia – (crédito: PCDF/Divulgação)
A Polícia Civil (PCDF) procura por três mulheres integrantes de um grupo criminoso que causou prejuízo estimado em R$ 15 milhões com a aplicação de golpes de extorsões praticadas pela internet. Para intimidar as vítimas, os golpistas se passavam por membros da maior facção do país, o Primeiro Comando da Capital (PCC). Nesta terça-feira (2/9), policiais da 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia) prenderam sete envolvidos no âmbito da operação Black Widow. As foragidas são Victoria Fagundes Braga, Evelyn Cardoso Pereira e Jovelice Gonçalves Santos.
A quadrilha tinha como base a cidade de Montes Claros (MG). Na cidade mineira, os golpistas montaram uma “central do golpe”, descrito pelos investigadores como um “pólo de formação” desse tipo de grupo, sendo alvo recorrente de operações policiais de diferentes estados. Segundo as investigações, eles se infiltraram em sites de relacionamento e de acompanhantes (garotas de programa) e tinham homens como alvo.
A abordagem começa quando a vítima acessa sites de acompanhantes ou serviços similares. O primeiro contato é feito por alguém que se apresenta como prestadora de serviço, mas que, na verdade, integra a organização. A partir daí, outros membros do grupo passam a enviar mensagens com dados pessoais sigilosos, como endereço, local de trabalho e nomes de familiares, obtidos por meio de ataques de phishing (cibernético).
De acordo com o delegado-chefe da 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia), a atuação do grupo envolvia escalada de ameaças. No começo, os criminosos costumavam cobrar valores sob a justificativa do “tempo da acompanhante”, mesmo sem que o serviço tenha sido prestado. No entanto, depois, exigiam o chamado “valor da facção”, acompanhado de graves ameaças à integridade da vítima e familiares. Durante a investigação, a polícia coletou diversas mensagens de áudio e vídeo que mostram criminosos armados e detalham locais frequentados pelas vítimas, em verdadeira intimidação psicológica.
Prejuízo
No DF, o grupo fez ao menos 250 vítimas nos últimos cinco anos. Seis delas são moradoras de Brazlândia, local onde se iniciou a investigação. O prejuízo estimado às vítimas da capital chega a R$ 1 milhão nesse período.
A operação mobilizou 79 policiais civis do DF e de Minas Gerais. No total, foram cumpridos 10 mandados judiciais de busca e apreensão e 7 de prisão temporária, expedidos pelo Juízo de Garantias do Distrito Federal. Três mulheres que ocupavam o cargo de garotas de programa estão foragidas.
Os sete presos ocupavam funções de liderança, logística e suporte financeiro dentro da organização criminosa, sendo responsáveis tanto pelo contato direto com as vítimas quanto pela movimentação dos valores ilícitos.
FONTE : CORREIO BRAZILIENSE