10 de Julho de 2023
Vicente de Paula Pires Rezende, de apenas 2 meses, já fez história. O recém-nascido é o primeiro paciente do Sistema Único de Saúde (SUS) que sobrevive após a realização de procedimento híbrido para tratamento de cardiopatia congênita grave, em Goiás.
O bebê nasceu com a Síndrome do Coração Esquerdo Hipoplásico, uma patologia com altos índices de mortalidade no mundo inteiro. Com 2 dias de vida, já foi encaminhado para o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), onde foi realizado o procedimento.
A cirurgia ocorreu no dia 20 de abril. Vicente ficou internado no hospital aos cuidados da equipe do Hugol e recebeu alta nesta quinta-feira (7). Laura Barboza, cirurgiã cardíaca pediatra que realizou parte do procedimento, afirma que essa é uma vitória significativa para Goiás. “Ainda temos muito pela frente, mas estamos no caminho certo”, disse.
Histórico
Vicente nasceu no dia 14 de abril, no Hospital Estadual da Mulher (Hemu), em Goiânia. De acordo com a mãe, Fabiane Silveira Pires, o diagnóstico da doença foi feito ainda no pré-natal. “Fiz todo o acompanhamento pelo SUS. Descobrimos que tinha algo errado com o coraçãozinho dele quando estava com umas 20 semanas de gestação”, contou Fabiane.
Com apenas 35 semanas e 5 dias, Vicente veio ao mundo. Nasceu com 2,8 kg e, devido ao baixo peso, foi recomendada a realização do procedimento híbrido com urgência. Dois dias após o nascimento, Vicente foi encaminhado ao Hugol, onde realizou a cirurgia.
A mãe de Vicente ficou extremamente feliz com o atendimento recebido. “A recuperação é devagar, mas a equipe foi maravilhosa. Todas as profissionais foram extremamente cuidadosas e carinhosas com meu filho. Só tenho a agradecer a equipe atenciosa do Hugol”, elogiou.
Síndrome rara
A Síndrome do Coração Esquerdo Hipoplásico é uma condição rara em que o lado esquerdo do coração não se desenvolve e, com isso, o fluxo sanguíneo se torna insuficiente para atender as necessidades do corpo. Segundo a cirurgiã Laura, é uma patologia que acomete cerca de 2 a 3 em cada 10 mil bebês nascidos vivos.
É considerada uma síndrome gravíssima, com altos índices de mortalidade no mundo inteiro. Laura salienta a importância do diagnóstico precoce em casos graves. “O diagnóstico precoce foi essencial para o sucesso do caso. Assim que o Vicente nasceu, já foi encaminhado para o Hugol e a cirurgia realizada o mais rápido possível. Num caso raro como esse, a demora na realização do procedimento pode ser letal para o recém-nascido”, disse.
Fonte: Mais Goiás