Record realiza demissões no jornalismo em meio a esforços para reduzir dívida milionária

Nesta segunda-feira (17/7), a emissora Record deu início a uma série de demissões em suas emissoras em todo o Brasil, em uma tentativa de equilibrar suas contas após registrar um prejuízo de R$ 500 milhões em sua operação de 2022, de acordo com o balanço divulgado pela empresa em maio. As primeiras demissões ocorreram em São Paulo, onde a apresentadora Patrícia Costa, com 16 anos de empresa, foi desligada, assim como outros profissionais de bastidores.

Patrícia Costa foi comunicada de seu desligamento logo após apresentar a versão matinal do Jornal da Record 24h, por volta das 7h. Sua dispensa gerou repercussão na redação, considerando sua longa trajetória na emissora. Outro nome de destaque desligado foi Luiz Canário, diretor de apoio operacional do Jornalismo da Record.

Além dos nomes mencionados, outros profissionais também foram afetados pelas demissões, Josmar Bueno Júnior, e o coordenador do núcleo de Esportes, Georgios Theodorakopoulos, mais conhecido como Grego que atuava como jornalista na empresa desde 1992. Carmen Farão, coordenadora de produtos originais multiplataformas, Janice de Castro, apresentadora do bloco de esportes do Balanço Geral, e produtores do Jornalismo e do Artístico também foram dispensados.

A estratégia da Record é reduzir sua folha de pagamento, dispensando profissionais com salários altos, mas que apresentam baixo rendimento em relação às necessidades atuais da emissora. O objetivo principal é economizar em meio à situação financeira desafiadora que a empresa enfrenta.

Segundo o Noticias da TV os principais critérios adotados para os cortes foram os salários altos e a produtividade dos funcionários. A emissora enfrenta uma queda nas vendas de publicidade e um aumento nos custos de produção, o que contribuiu para um prejuízo de R$ 517 milhões no ano passado, um recorde histórico.

A situação enfrentada pela Record não é exclusiva dela. Outras grandes redes de televisão no Brasil, como a Globo e o SBT, também enfrentam dificuldades financeiras. No entanto, a Globo e o SBT conseguiram evitar prejuízos significativos graças a investimentos financeiros realizados. No total, as três redes registraram um prejuízo operacional de R$ 1,085 bilhão, o equivalente a 90% de toda a receita com publicidade do SBT.

Segundo Gabriel Vaquer da Folha de São Paulo, essas demissões já eram esperadas desde o início de julho, quando a Record enviou dois executivos para se reunirem com Rui Costa, ministro-chefe da Casa Civil, e Paulo Pimenta, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Marcos Vieira, CEO do Grupo Record, e Alarico Naves, vice-presidente comercial da TV de Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus, tiveram a reunião na sede da emissora em Brasília.

A conversa entre os diretores e os ministros acabou adiando as demissões. Nos bastidores, essa reunião foi interpretada como uma tentativa de aproximação com o governo Lula e também como um esforço para evitar os cortes que estavam planejados.

Essas demissões em massa não se limitam apenas à sede principal da emissora, mas também abrangem suas afiliadas. Apenas a área de Teledramaturgia deve ser preservada, uma vez que está sob gestão da Igreja Universal do Reino de Deus, que produz novelas e compra horários na grade da Record.

Fonte: O Hoje

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