Refrigerante pode agravar sintomas depressivos? Estudo responde

O achado foi publicado na revista científica JAMA Psychiatry

Foto: FreePik

Pesquisadores alemães descobriram que o consumo de refrigerantes está associado não apenas ao diagnóstico de transtorno depressivo maior, mas também à gravidade dos sintomas, especialmente em mulheres. O estudo foi publicado na JAMA Psychiatry e aponta um elo biológico: a relação entre o intestino (microbiota) e o cérebro.

  • A pesquisa analisou 932 pessoas entre 18 e 65 anos — 405 com diagnóstico de depressão e 527 saudáveis.
  • Os participantes informaram sua frequência de consumo de refrigerantes (de “nunca” a “várias vezes ao dia”) e tiveram suas amostras de fezes analisadas para medir bactérias intestinais.
  • O resultado: maior consumo de refrigerantes estava associado a sintomas depressivos mais severos, especialmente em mulheres, em que foi observada maior abundância da bactéria Eggerthella.
  • Em homens, mesmo com consumo elevado, não foi observada a mesma associação entre refrigerantes e gravidade dos sintomas depressivos.

Mecanismo biológico sugerido

Os autores defendem que o consumo de bebidas açucaradas pode alterar o equilíbrio da microbiota intestinal, favorecendo bactérias como Eggerthella e Hungatella, que já foram ligadas a quadros depressivos. Essas alterações podem interferir na produção de substâncias que regulam o humor e estimular inflamações que afetam a saúde mental.

Limitações e “poréns”

  • O estudo é observacional, o que significa que não pode provar causalidade — apenas apontar uma associação.
  • Outros fatores de estilo de vida (dieta, sono, estresse, uso de medicamentos) podem influenciar os resultados.
  • Ainda não está claro por que o efeito apareceu com mais força nas mulheres. Os autores sugerem que diferenças hormonais ou resposta imunológica distinta podem ter papel importante.

As consequências de ter uma dieta rica em açúcar vão aparecer mais rapidamente no seu corpo se você tomar refrigerante todos os dias. Veja alguns problemas abaixo:

  • Ganho de peso: O açúcar é usado pelo corpo humano como combustível para funcionar. Quando gastamos menos energia do que consumimos, o organismo estoca o açúcar em forma de gordura. Isso gera um ganho de peso e, a longo prazo, pode levar à obesidade.
  • DiabetesMuitas pessoas acham que o açúcar, por si só, pode aumentar o risco de desenvolvimento de diabetes. Mas essa relação é indireta. Uma dieta rica em açúcar gera um ganho de peso e até obesidade e, esses sim, podem aumentar os riscos de desenvolver diabetes. Quanto mais gordura uma pessoa tem, mais o corpo demanda a produção de insulina — hormônio que ajuda a glicose (açúcar) a entrar nas células. No entanto, o excesso de gordura no corpo provoca uma série de processos inflamatórios que atrapalham o trabalho da insulina, gerando a chamada resistência à insulina. Com a entrada de glicose nas células prejudicada, o corpo entende que é preciso produzir cada vez mais insulina, sobrecarregando o pâncreas. Com o passar do tempo, as células do órgão morrem ou perdem sua funcionalidade, não conseguindo mais reduzir os níveis de glicose no sangue, caracterizando o diabetes tipo 2.
  • Cárie dentária: O aumento do risco de desenvolvimento de cárie dentária ao beber refrigerante diariamente ocorre por dois motivos. Primeiro, porque as bactérias da cárie se alimentam de açúcar — substância que fica em excesso na boca após o consumo de refrigerante. Segundo, porque os refrigerantes são ácidos e podem corroer o esmalte dos dentes, os deixando ainda mais vulneráveis às cáries.
  • Desidratação: Embora o refrigerante possa saciar sua sede no momento em que é ingerido, ele não é uma boa opção para hidratar o corpo. Normalmente, essas bebidas contêm cafeína, que além de estimulante tem ação diurética, podendo causar desidratação se consumida em grandes quantidades e com frequência.
  • Problemas cardíacos: O consumo elevado de açúcar por meio de refrigerantes pode impactar diretamente na saúde do coração. Um estudo feito por pesquisadores da Universidade Harvard mostra que quanto maior o consumo de açúcar, maior o risco de doenças e complicações cardíacas. Isso ocorre por diversos fatores. Primeiro, que a liberação exagerada de insulina para encaminhar a glicose para as células acaba prejudicando as paredes das artérias, deixando-as mais rígidas e apertadas. Outro fator é que o açúcar pode provocar a formação ou o espessamento de placas de gorduras que podem obstruir as artérias. Assim, as pessoas que consomem refrigerante todos os dias têm um risco aumentado para insuficiência cardíaca, infarto e AVC.
  • Celulites: O consumo diário de refrigerante afeta também a questão estética. O excesso de açúcar gera acúmulo de gordura, inclusive debaixo da pele, gerando as celulites.
  • Distensão abdominal: O gás do refrigerante pode provocar uma distensão abdominal, ou seja, aquela sensação de estufamento. Isso porque ingerimos uma grande quantidade de dióxido de carbono inserido no líquido no processo de gaseificação.
  • Gordura no fígado: O excesso de açúcar ingerido no refrigerante pode ser depositado também no fígado, gerando a esteatose hepática, popularmente chamada de gordura no fígado. Quando não tratado, o problema pode evoluir para uma cirrose.
  • Goiás é o estado com mais consumidores de refrigerante, aponta IBGE

FONTE : MAIS GOIAS

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